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Fundição Tupy ameaça demitir 400.
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A crise no setor de caminhões, provocada pela fraca demanda do mercado interno e pela substituição da tecnologia do motor por outro menos poluente, ameaça cerca de um terço dos funcionários da unidade de Mauá da Fundição Tupy, metalúrgica catarinense. Dos atuais 1.500 trabalhadores, 400 podem perder o emprego nos próximos dias.
Na tentativa de evitar os cortes, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá realizou ontem à tarde assembleia em frente à empresa, que fabrica blocos de motor para caminhões e ônibus. "Foi acordado com os trabalhadores que, se houver mais demissões até segunda-feira, e se a decisão de mandar embora os 400 trabalhadores for levada adiante, vamos paralisar a produção", afirmou o presidente do sindicato Cícero Firmino Martinha. Segundo ele, ontem já haviam sido dispensados cerca de 40 profissionais do setor administrativo.
Para definir se realmente entrarão em greve, nova assembleia será realizada na segunda, às 15h, em frente à fundição.
De acordo com Martinha, a empresa alegou que está passando por dificuldades para vender seu produto tanto no mercado interno como no Exterior. "Disseram que está sobrando gente, mas nós não vamos aceitar as demissões."
Procurada pela equipe do Diário, a matriz da Fundição Tupy, em Joinville (SC), informou que "se pronunciará com uma definição na semana que vem."
O sindicato está tentando agendar para a próxima semana reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e com o presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Dan Conrado, para negociar as demissões. A metalúrgica possui, entre seus acionistas, a Previ e o BNDESPar (sociedade gestora do BNDES), com participação de 35,61% e 35,57%, respectivamente.
A Tupy chegou em Mauá em 1998, quando assumiu a parte de fundição da antiga Cofap, à época sucateada. O segmento de produção de anéis ficou com a Mahle e, o de amortecedores, com a Magneti Marelli.
CENÁRIO - O ritmo mais lento da economia e a retração nos pedidos da indústria reduzem drasticamente a demanda para caminhões e ônibus. Somado a isso, a mudança de tecnologia nos motores, em janeiro, do Euro 3 para o Euro 5, menos poluente, gerou antecipação das vendas de frotas no fim de 2011. O novo modelo custa até 15% mais do que o antigo. Além disso, o combustível, o diesel S50, também é mais caro.
Como consequência, entre abril e maio as férias coletivas e a diminuição da jornada de trabalho chegaram às montadoras de ônibus e caminhões, a exemplo da Mercedes-Benz, Ford, Scania e Volks e, em junho, os ajustes chegaram às autopeças da cadeia na região.
Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostram que as vendas de caminhões caíram 31,04% em julho, com 10.709 unidades, na comparação com o mesmo mês em 2011. No acumulado do ano, as perdas chegam a 18,39%, com 80.245 veículos faturados.
O comércio de ônibus também está retraído. No mês passado, as vendas diminuíram 25,57%, frente ao mesmo período do ano passado, com 2.038 unidades. De janeiro a julho, a queda é de 11,51%, com 16.970 veículos.
Fonte: Diário do Grande ABC
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