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Preço do frete ferroviário é polêmico
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A Esalq-Log produziu recentemente uma pesquisa que mostra que o preço do frete ferroviário no Paraná é 70% maior do que o custo efetivo do transporte no estado, margem considerada alta e que onera o escoamento de produtos. 'Na verdade as concessionárias não têm muito uma estrutura de custo de transporte. O fato é que elas conseguem cobrar um preço elevado de tarifas pois justamente possuem poder de mercado', disse a economista Priscilla Biancarelli Nunes, coordenadora do grupo da USP. O levantamento leva em conta apenas o setor agrícola.
Ela afirma que isso é resultado da falta de concorrência, mas destaca que o transporte ferroviário é 'naturalmente monopolístico'. 'Entretanto, existem casos mundiais mais bem sucedidos que o nosso. Para isso, é preciso rever nosso marco regulatório', destacou.
Sob esta ótica, como as estradas de ferro transportam principalmente commodities, o produtor não tem muita escolha a não ser reduzir sua margem, uma vez que estes produtos são cotados em bolsas de mercadorias. 'O impacto direto é no lucro que fica aos agentes produtores e comercializadores do produto. Ou seja, impactando na rentabilidade do negócio, a logística pode tornar menos atrativa aos produtores a venda do produto ao mercado externo, diminuindo nossa competitividade mundo afora', ressaltou Nunes.
Embora a pesquisa refira-se apenas ao Paraná, ela lembra que há gargalos no transporte ferroviário em todo o País, incluindo preços elevados e serviços de baixa qualidade.
Na mesma linha, o engenheiro e consultor Adriano Branco afirma que o preço do frete é de fato alto, o que acaba levando produtores a optarem pelo transporte rodoviário, 'que está completamente saturado'.
Concorrência desigual
Rodrigo Vilaça, da ANTF, porém, rechaça a comparação. Ele afirma que os custos não são iguais nas ferrovias e rodovias, até porque o transporte por caminhão é 'desregulamentado'. 'O frete rodoviário é aviltado no Brasil', destacou. Recentemente os caminhoneiros protestaram contra novas normas impostas à categoria e obrigaram o governo a negociar.
O presidente da associação afirma que 'nenhuma ferrovia teve lucro' desde as privatizações, pois as concessões são contratos de 30 anos com 'tempo de retorno de capital de longo prazo' e 'não podem ser analisadas e um ano para o outro'.
O professor Cláudio Barbieri da Cunha, da Poli, concorda. '[O transporte ferroviário] não dá um retorno muito grande', disse. Para ele, é difícil afirmar se o frete é caro ou não, pois as ferrovias têm 'uma estrutura de custos complexa e investimento de capital significativo'. 'É uma questão delicada', afirmou.
Fonte: Comex
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