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Produção de gusa ainda é irregular.

Publicada em 2010-04-11



A entrega de carvão às indústrias do ferro-gusa está sendo gradualmente regularizada, mas o nível da atividade, que caiu pela metade na última semana, só deve ser retomado nos próximos 10 dias, segundo estimativa do Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer). Cerca de 50% dos fornos que produzem o gusa em Minas Gerais foram abafados, devido à interrupção da entrega da matéria-prima. Caminhões de carvão que trafegam pelas rodovias do estado estavam sendo interceptados pela Operação Corcel Negro, deflagrada pelo Ibama, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O objetivo da fiscalização foi coibir o transporte e comércio irregular do carvão. A entrega da matéria-prima às indústrias começou a ser regularizada durante o fim de semana. O último balanço divulgado pelo Ibama aponta que a Operação Corcel Negro resultou em 263 autos de infração ambiental, contabilizando R$ 276 milhões em multas. Entre os 14 estados que participaram da ação, Minas Gerais lidera a lista de irregularidades, com a expedição de 124 autos. De forma geral, entre as infrações encontradas na operação, a maior incidência diz respeito a informações falsas no sistema de Documento de Origem Florestal (DOF), que deve ser de porte obrigatório para as empresas do setor. Em Minas, a fiscalização foi intensificada nas regiões de Sete Lagoas e Divinópolis, polos produtores de ferro-gusa.

O carvão vegetal é utilizado como termorredutor na indústria do ferro, que ainda não é autossustentável.

Segundo o Sindifer, em Minas Gerais, mesmo os caminhões que transportam carvão de florestas plantadas foram barrados pela ausência de dois certificados específicos, expedidos tanto para o caminhão quanto para o motorista. São os chamados Certificados de Motorista para Produtos Perigosos (MOP), e a Licença de Transporte para Produtos Perigosos (LTPP). Luiz Eduardo Furiati, consultor do Sindifer, explica que havia muitos anos a documentação não era exigida e, por isso, os caminhões trafegavam sem o documento de porte obrigatório. Segundo o consultor, a partir desta semana, órgãos ambientais do estado, como o Instituto Estadual de Florestas (IEF), devem iniciar o processo de expedição das licenças. “A regularização vai depender também da capacidade dos órgãos ambientais de atender a demanda do setor”, pondera. Por dia, cerca de 500 caminhões entregam a matéria-prima para as indústrias de Minas, o que soma 1,2 milhão de metros cúbicos de carvão ao mês.

A média histórica da produção do gusa em Minas Gerais é de 450 mil toneladas/mês. A produção do estado ainda não retomou aos níveis pré-crise, estando em 320 mil toneladas/mês. A produção carvoeira exerce pressão sobre as matas nativas e, por isso, foi foco da ação, que faz parte de um projeto de proteção do cerrado. O bioma ocupa um quarto do território brasileiro, mas já teve 49% de suas áreas destruídas. A ação está inserida no Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PP/Cerrado), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente.

Informações do UAI.


Fonte: Divicity.com