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Brasil - A Competitividade da indústria de fundição e suas perspectivas.

Publicada em 2012-09-18



A Competitividade da indústria de fundição e suas perspectivas foi o tema da cerimônia de abertura do Congresso de Inovação Tecnológica – CINTEC 2012 Fundição, nesta Segunda Feira, 17, às 20 horas no anfiteatro da SOCIESC, Campus Marques de Olinda, em Joinville, SC. A palestra foi proferida pelo Sr. Devanir Brichesi, presidente da ABIFA – Associação Brasileira de Fundição.

Resumo da palestra:

A expectativa de crescimento da indústria de fundição para o ano de 2012 no final de 2011 era de 6,0%, com uma produção de fundidos de 3550 toneladas e uma taxa de produção de 71% da capacidade instalada. Conforme o entendimento da época, o crescimento era muito pequeno para um País como o Brasil.

Em Agosto/12 esta expectativa mudou para uma redução da produção de 12,1% no ano.

A grande pergunta é: Por que a indústria de fundição não cresceu como estávamos planejando?

Há três fatores preponderantes: Produção de veículos leves 4,5% menos que o mesmo período do ano anterior, apesar de as vendas serem 5% melhor por conta das importações; a produção de veículos pesados que é o grande consumidor de fundidos, a situação é pior, a queda da produção é de 38,1% e a falta de planejamento do governo.

O que o empresário brasileiro necessita acima de tudo é de isonomia. Para que a indústria nacional possa ser competitiva ela tem que jogar nas mesmas regras do jogo dos competidores internacionais. Tudo no Brasil é mais caro, o que não deixa a empresa brasileira competitiva no cenário global. Nem no Brasil a empresa brasileira é competitiva quando comparada com os concorrentes internacionais.  Até feijão preto estamos importando. Um absurdo para um país com características agrícolas.

As compras governamentais previstas de R$8,43 bilhões de equipamentos pesados não aconteceram, piorando a situação da indústria nacional. Estes equipamentos seriam utilizados na melhoria de infra-estrutura, mostrando  total falta de planejamento governamental.

Arriscando um crescimento para cinco anos, mantendo os dados históricos do setor de fundição e pelos projetos de infra-estrutura que vêm pela frente, o PIB deve crescer não mais de 5% ao ano em média. A capacidade instalada de fundidos em cinco anos deve estar em torno 7700 tons, com investimentos de R$4 bilhões. Para que isso aconteça é necessário que haja um plano de aceleração do setor automotivo.

Uma pesquisa sinalizou que em 2017, o Brasil estará licenciando cerca de 6,3 milhões de veículos. Se nada for feito por parte do governo, 3,5 milhões deles serão importados. Não é por acaso que no Brasil existem 26 montadoras de veículos.

Em seis anos (2006 a 2011) o PIB cresceu 30%, o setor de fundição cresceu 20% e o setor automotivo, o maior cliente das fundições, cresceu 59%. Isto sinaliza que a perda de competitividade não é só do setor de fundição, mas de todo o setor de manufatura, intensiva em mão de obra e consumo de energia elétrica, ambos com os custos mais elevados do Mundo. A energia elétrica no Brasil custa cinco vezes mais que nos Estados Unidos, apesar da matriz energética deles ser mais cara que a nossa.  Além disso, também temos os maiores tributos do Mundo, agravando ainda mais a situação.

Não há mais condições de retardar os investimentos necessários por conta dos eventos esportivos que vem pela frente e pelo desenvolvimento do pré-sal.

A tão badalada desoneração da folha de pagamento é um indicativo de que o Programa Brasil Maior está acontecendo, mas é insuficiente. Para a indústria de fundição ela representa em média uma redução de despesa de 1%, o que é muito pouco. Isso não melhora a produtividade da indústria nacional.

Ações pontuais que o governo está tomando estão muito voltadas para o consumo. Isso só retarda o problema, não nos leva a melhoria da produtividade.

Uma ação positiva do governo federal é o reconhecimento que não tem condições de fazer os investimentos que o Brasil necessita sem a ajuda da iniciativa privada. Esta nova visão do governo, passando de um pensamento estatizante para algo mais voltado a iniciativa privada é uma mudança radical que vem a contribuir com a indústria nacional.

O PIB Brasileiro para 2012 não deve ultrapassar a 2,0%. A previsão para 2013 é de 3,6%. Brichesi entende que se o Brasil crescer só 3,6% no próximo ano estaremos fadados a ter uma péssima copa do mundo, péssimos jogos olímpicos e não conseguiremos fazer do pré-sal o resultado que se espera. Não é possível que com todas as oportunidades que temos, nós crescermos só isso. Ele acredita e espera que o crescimento seja melhor.

 

Eventos:
CINTEC 2012 – Fundição
Congresso de Inovação Tecnológica
De 17 a 21/09/2012
Maiores informações no site:
http://www.sociesc.org.br/pt/extensao/conteudo.php?&lng=2&id=3951&mnu=5296&top=5295

O CINTEC é um evento paralelo a Feira Metalurgia 2012.
Local: Expoville, Joinville, SC, Brasil
De 18 a 21/09/2012
Maiores informações no site: http://feiras.messebrasil.com.br/metalurgia/


Fonte: Foundry Gate