Notícias

Metalurgia 2012 - Metal e suas transformações.

Publicada em 2012-09-24



Ferro, alumínio, cobre. No caminho da metalurgia estas matérias-primas vivem constante mutação, principalmente com o surgimento de novas tecnologias. A joinvilense Wetzel atua em três mercados (alumínio, ferro e eletrotécnica), mas o mais novo e que, de acordo com o coordenador de engenharia de processos, Felippe Fretta, está em evolução é o da fundição de alumínio. Faz apenas sete anos que ele se tornou engenheiro mecânico, mas lembra-se de ter visto pouco deste metal nas disciplinas do curso. “Conheci bastante dos processos do ferro”, recorda.

Segundo Fretta, a grande transição ocorreu na fundição do ferro para a fundição do alumínio. E, a maior aplicação deste material está na indústria automotiva. Hoje há blocos de motores de veículos que se utilizam da matéria-prima. De acordo com o engenheiro, para este setor, o alumínio fundido representa redução de custos. “A resistência é a mesma e o tempo de vida também, por isso, muitas empresas estão migrando peças, antes feitas de ferro, para o alumínio”, observa.

Mesmo com maior preço, de acordo com Fretta o alumínio custa três vezes mais, porém, o peso é menor, o que acaba resultando na economia de energia. É possível reutilizar o metal. “Vejo como a matéria-prima do futuro, até mesmo porque os equipamentos, injetoras, robôs e fornos, estão evoluindo junto”, afirma.

Em outra joinvilense, a Tupy, Edison Siedschlag, engenheiro de desenvolvimento de produtos e funcionário da fundição há 41 anos, vivenciou cada mudança de matéria-prima. Segundo ele, no início, a Tupy produzia conexões em ferro maleável. Para a confecção de peças automobilísticas, os blocos e cabeçotes de motores de veículos, que ainda são o carro-chefe da empresa, criou-se e ainda se utiliza o ferro fundido cinzento nodular. Mas, de acordo com Siedschlag, o material mais moderno produzido pela empresa é o ferro vermicular, utilizado pelas marcas Chrysler e Audi.

Conforme Siedschlag, este último material não é vendido para montadoras de carros populares e, de acordo com ele, em função do alto custo. “As marcas de carro de luxo usam pela resistência e pelo espaço que ocupa em relação ao peso”, explica. A matéria-prima reduz a emissão de gases poluentes e isso leva o engenheiro a crer que num futuro próximo o ferro vermicular vá ocupar os motores de montadoras que hoje adquirem da Tupy os blocos feitos de ferro fundido cinzento, como a Volkswagen e a Peugeot.

Uma liga metálica que segue na contramão da evolução é o cobre. Segundo Celso Júnior, acadêmico de engenharia mecânica e um dos proprietários da Mikrometais, de São Bernardo do Campo (SP), preço do material é alto em relação ao latão ou ao alumínio. “Em função dos roubos, algumas companhias de energia tem optado pelo alumínio na fiação de menores distâncias”, diz.

Entretanto, segundo Júnior, o cobre ainda é aplicado em diversos segmentos como a construção civil (no transporte de água quente), no de bijouterias, mas principalmente no de componentes eletrônicos. De acordo com ele, é raro um metal que ofereça a mesma eficiência na transmissão de energia como o cobre. “Não acredito que vá se extinto, mas será sim menos utilizado”, comenta. Contudo, o otimismo está no que pode vir pelo futuro. “Se os carros elétricos forem popularizados, o cobre terá papel importante, já que o motor desses veículos é constituído de bobinas de fios de cobre,” destaca.

 

Clima de otimismo
Conforme a organização da 8ª edição da Metalurgia (Feira e Congresso de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio e Serviços), o evento chegou ao fim sexta-feira (21) em clima de otimismo para o setor. A estimativa de negócios durante e nos próximos seis meses é de R$ 450 milhões. O número de visitantes ficou pouco abaixo do esperado, que era de 25 mil pessoas. De acordo com a organização, 24 mil pessoas passaram pelos corredores do Complexo Expoville e puderam conferir as 450 empresas expositoras.

Para Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil, essa edição da Metalurgia foi positiva, pois, além de atrair um público qualificado, também gerou oportunidades de novos negócios e parcerias para as empresas. “Muitos expositores já sinalizaram o interesse em renovar a área para 2014, o que demonstra que a feira tem cumprido seu papel de ser um palco para as novidades e um canal para a troca de conhecimento”, afirma.

Foram 15 países visitantes além do Brasil. Alguns deles são África do Sul, Bolívia, Equador, Índia e Venezuela. , 22 estados brasileiros como Alagoas, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Amapá. Mesmo diante de um complexo momento desse mercado, as primeiras reações positivas já puderam ser percebidas, por meio da expectativa de negócios.

Cerca de 36% dos visitantes são profissionais que ocupam cargos gerenciais nas organizações, de supervisores a presidentes de empresas. O principal interesse dos visitantes concentrou-se em máquinas e equipamentos, seguido de fundidos, automação, matéria-prima, modelação e ferramentarias, acabamentos, laboratórios e ensaios e capacitação profissional.


Fonte: Noticias do Dia