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Setor de autopeças brasileiro amarga retração.
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A retomada nas vendas de carros zero-quilômetro a partir de maio, com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), criou a expectativa de melhora no faturamento das indústrias de autopeças brasileiras. No entanto, não foi o que se viu, de acordo com pesquisa do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores).
De janeiro a agosto, segundo os últimos dados disponíveis do sindicato, as receitas obtidas pelas empresas do segmento caíram 17% frente a igual período de 2011. Isso ocorreu com retração em todas as áreas atendidas por essa atividade: nas encomendas para as montadoras, a retração foi de 19,9%; para reposição (lojas e oficinas), 7,7%; para exportações, 7,7%; e no comercializado intrassetorial, 18,5%.
As perspectivas também seguem negativas para o ano todo. O Sindipeças tem estimativa de que o setor fechará 2012 com US$ 45,28 bilhões de faturamento. Em reais (com vendas de R$ 87,84 bilhões) a retração é estimada em 4%.
Um dos problemas enfrentados pelos empresários do segmento é a concorrência com os importados, que têm tirado espaço dos produtos nacionais no mercado interno. Isso pode ser verificado pelo crescimento da aquisição de 3% nas autopeças do Exterior de janeiro a setembro, ao mesmo tempo em que as vendas dos produtores locais se reduziram. O diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Emanuel Teixeira, que é empresário do ramo de autopeças, cita que cresceu a pressão por custos baixos, em meio à forte competição do setor automobilístico no País.
Celso Cestari, diretor da indústria metalúrgica MRS, de Mauá, observa nos negócios da empresa a retração relatada pelo levantamento do Sindipeças. Sua companhia tem como um dos focos de atuação o ramo de veículos pesados (caminhões e ônibus), que foi um dos mais prejudicados pela desaceleração da economia, com queda de produção de 40% e de vendas, de 20%, neste ano até outubro frente a igual período de 2011. Na área de reposição, em que a MRS também atua, Cestari cita a dificuldade de competir com os produtos importados.
A concorrência tem sido intensa sobretudo com os asiáticos. No primeiro lugar no ranking de origem das autopeças trazidas do Exterior, aparece o Japão, que ampliou vendas desses itens ao Brasil em 5% nos primeiros nove meses deste ano. Estados Unidos e Alemanha estão respectivamente na segunda e terceira posição, mas ambos tiveram diminuição de 5% nas encomendas para cá. A China está em quarto lugar, mas com crescimento de 14% nas exportações ao mercado nacional.
Em meio ao cenário de dificuldades, o número de empregados do setor deverá cair 4% neste ano, projeta o Sindipeças. A empresa de Cestari, cortou em 15% o quadro e hoje conta com 160 funcionários. 'Reestruturamos tudo o que dava, mas mantendo o quadro atual, talvez tenhamos que dispensar mais', afirma.
Fonte: Diário do Grande ABC
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