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Após reajuste do minério, agora é a vez do aço
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As usinas siderúrgicas já informaram aos distribuidores de aço que entre junho e julho ocorrerá nova correção nas tabelas de preço, com uma alta que poderá variar entre 8% e 12%. Este mês houve reajuste, que para alguns tipos de aço chegou ao patamar de 15%. A alta se deve ao salto no preço do minério de ferro, que ficou 100% mais caro frente os valores praticados em 2009, e ao novo modelo de contrato, que deixou de ser negociado anualmente e passou a ter acordo trimestral. A retomada do mercado externo seria outro fator que pesaria em favor de uma nova alta.
Como a margem entre oferta de minério e a demanda pelo insumo está muito justa, a tendência é de que na próxima negociação o insumo siderúrgico sofra nova elevação de preço, o que provocará pressão inflacionária também nos produtos siderúrgicos. Além do minério de ferro, o carvão mineral teve alta de 55% nos preços na comparação com o ano passado. Os dois produtos juntos são formadores de 50% do preço final do aço.
O novo modelo de contrato do minério foi alvo de duras críticas de representantes do setor siderúrgico. O conglomerado gaúcho Gerdau, que assegurou que não realizaria reajuste, teria revisto a decisão e aumentado o preço de parte de seus produtos em 3%, além de ter programado nova correção das tabelas.
De acordo com o diretor da Açomec Ferro e Aço, Christian Alder Fonseca, a Gerdau informou que em maio definirá o percentual do reajuste. Este ano, segundo ele, houve alta de 3% para os aços não planos, como perfis, vigas e cantoneiras, com maior aplicação na indústria mecânica. "Com a alegação de que a alta do minério de ferro forçou a revisão dos preços, houve o reajuste no aço em nossos contratos com a Gerdau", disse. Procurado pela reportagem, o grupo gaúcho por meio de sua assessoria de imprensa negou a elevação dos preços.
De acordo com Fonseca, o atendimento às novas encomendas melhorou, mas ainda não é satisfatória. "Os produtos com maior saída não são repostos da forma adequada. A usina solicita um prazo muito longo para entrega", afirmou.
Heresia - Os prazos para o fornecimento já resultaram em desentendimento entre representantes do setor siderúrgico e os distribuidores. O presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, classificou como "heresia" a reclamação dos distribuidores de que existe uma incapacidade das usinas de suprimento da demanda. "Quem diz isso quer criar anormalidade onde existe normalidade, mas o choro é livre", disse.
De acordo com ele, no ano passado a capacidade instalada do país era de 42 milhões de toneladas. A demanda foi para 20,7 milhões de toneladas, o que corresponde a uma sobra de capacidade de 103%. "O que pode ocorrer são atrasos em virtude de negociações comerciais", acrescentou Lopes.
Segundo o presidente da distribuidora de aços Frefer S/A e ex-presidnete do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Christiano da Cunha Freire, existe o atraso de encomendas. "Como houve uma redução significativa da produção no ano passado, o retorno das operações dos altos-fornos e outros equipamentos requer tempo e a demanda acabou sendo mais rápida que a oferta", observou.
Conforme Freire, no caso da Frefer, para cada 10 mil toneladas de aço comercializado existe um estoque de 20 mil toneladas, o que está abaixo dos patamares considerados normais, que seria de 26 mil toneladas.
Ele ainda afirmou que após o reajuste do aço em abril deste ano, outra alta já está programada para ocorrer entre junho e julho e seria entre 8% e 12%. "Como o mercado externo reagiu abriu espaço para outra correção, até porque lá fora os reajustes foram bem maiores", concluiu.
Fonte: Diário do Comércio
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