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Siderúrgicas brasileiras estão perdendo competitividade.

Publicada em 2013-05-28



'O setor siderúrgico tem sido um dos mais penalizados desde a crise de 2008. Em 2013, não está sendo diferente e o setor é destaque na queda na Bovespa. As ações da Gerdau em 2013 estão caindo 24%, Siderúrgica Nacional 41% e Usiminas 34%.

A queda das ações é reflexo de uma piora significativa dos resultados. A margem bruta da Gerdau em 2007 era de 27% e no primeiro trimestre de 2013 caiu para 12%. A margem líquida veio de 11,9% para 3,2%.

Na Siderurgica Nacional, a margem bruta em 2007 era de 35% e hoje é de 26,9%. Já a margem líquida veio de 16,7% para uma margem negativa de 3%.

Na Usiminas, o quadro é ainda pior. Em 2007, a margem bruta era de 35% e hoje é de apenas 5,3%. A margem líquida, que era de 22%, caiu para uma margem negativa de 5,5% no primeiro trimestre de 2013.

Essa piora dos resultados é devida a um aumento de produção de aço no mundo, liderada pela China. A China atualmente produz quase a metade do aço do mundo. A produção de aço chinesa cresceu no primeiro trimestre 9% em relação ao mesmo período em 2012, enquanto no Brasil caiu 5%. A produção chinesa no primeiro trimestre foi de 192 milhões de toneladas enquanto no Brasil foi de 8,3 milhões de toneladas.

Essa superprodução chinesa acaba pressionando os preços no mercado mundial de aço. O governo chinês está preocupado com esse cenário e exercendo uma pressão pública cada vez maior sobre as siderúrgicas, principalmente as mais poluentes, para conter o aumento da produção. A China tem hoje um excedente de capacidade siderúrgica de aproximadamente 160 milhões toneladas, o que corresponde a 1/6 do tamanho da indústria. As exportações líquidas de aço do país totalizaram 4,29 milhões de toneladas em abril, o maior volume desde setembro de 2008.

Com esse cenário, as siderúrgicas brasileiras estão perdendo muita competitividade, apesar do governo ter dados uma série de estímulos. Mesmo com esse quadro as siderúrgicas estão continuando os seus programas de investimentos, o que acaba aumentando o endividamento e as despesas financeiras, reduzindo mais as margens.'


Fonte: Acerto de Contas