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Siderúrgicas devem seguir Vale e adotar reajustes trimestrais.
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O modelo de reajustes trimestrais imposto pela Vale aos seus clientes este ano deve se espalhar por toda a cadeia do aço, que tem no minério de ferro uma das suas principais matérias-primas. “Se o custo (de produção) varia a cada três meses, as siderúrgicas vão precisar refazer seus cálculos”, afirmou Christiano da Cunha Freire, presidente da Frefer, segunda maior distribuidora independente de aço do país.
Segundo o executivo, o novo sistema obrigará as empresas a caminharem na direção de calibragens mais frequentes de preços. Logo após da Vale elevar a cotação do minério fornecido em contratos de longo prazo em 100%, lembra Freire, as siderúrgicas repassaram parte desse aumento de custos aos clientes e já sinalizaram que novos ajustes virão a partir de julho.
O diretor executivo de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, também prevê um cenário de
reajustes mais frequentes para o setor. “Se o mundo se adaptou a grandes variações no preço do petróleo, que é um insumo incomparavelmente mais importante em termos econômicos do que o minério de ferro, porque não se acomodaria ao minério de ferro?
Não vejo nenhuma razão para que não se acomode”, argumentou. Martins admite que o sistema de precificação adotado pela Vale, que toma como base a média de preços do insumo dos últimos três meses no mercado à vista, gerou um primeiro impacto forte. Entretanto, destaca, as próximas oscilações tendem a ser mais suaves.
“O que existe hoje é um hábito arraigado de muitos anos do minério ser corrigido anualmente. É mais uma questão de se acostumar do que de qualquer outra coisa.” Já o presidente da Frefer tem uma visão mais crítica sobre a mudança. De acordo com o executivo, o principal problema do novo modelo é que tirou parte da previsibilidade na formação dos custos das produtoras de aço, que tradicionalmente trabalham com apenas um reajuste anual no preço do minério de ferro e do carvão, outro importante insumo básico na produção do aço.
“É muito ruim para as montadoras porque o prazo é muito curto e isso tende a gerar uma maior volatilidade”, previu. O analista do BB Investimento, Antonio Emílio Bittencourt Ruiz, também aposta que, para se proteger das variações trimestrais do minério, as siderúrgicas vão também alterar cláusulas contratuais para seus clientes. Sem isso, sempre terão de ceder margens, segundo o analista.
Fonte: Agencia Estado
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