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Colômbia quer ser a meca da indústria de autopeças do País.

Publicada em 2010-05-10



A Colômbia tenta atrair a indústria brasileira de autopeças para ampliar seu parque fabril. O país, que é a quarta maior economia da América Latina, está oferecendo incentivos para as empresas de autopeças, como, por exemplo, imposto de renda na casa dos 15% - metade do que é praticado naquele país -, e a não-geração de impostos aduaneiros, entre outros benefícios para a instalação de plantas fabris, na região da Zona Franca local.

O plano integra um programa que objetiva gerar um volume de US$ 10 bilhões em exportações de setores como o automotivo. "Buscamos investidores no Brasil porque há uma sinergia entre esses mercados, incluindo atrativos para que estas fábricas se instalem aqui, com benefícios além dos tributários, como vantagens em acordos comerciais que dão acesso a importantes países consumidores", argumentou Carlos Rodriguez, diretor do Proexport Colômbia no Brasil.

Segundo dados apresentados pelos executivos do órgão, a indústria automotiva colombiana vem apresentando crescimento médio de 15% de consumo, 11% de produção e 27% de exportações. Por lá, o setor automotivo representa 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB), cenário que posiciona a Colômbia como o quinto produtor de veículos da América Latina atualmente. "Se uma empresa do setor resolver se instalar hoje em nosso país, vamos inseri-la dentro de um mercado promissor", garantiu Santiago Schlessinger, gerente do programa de transformação produtiva do setor de autopeças do Ministério de Comércio Indústria e Turismo da Colômbia.

Encarregados de propagandear as potencialidades de seu país a empresários brasileiros, Rodriguez e Schlessinger lembraram que por conta da implantação do sistema de corredores de ônibus rápidos denominado Transmilenio, duas companhias brasileiras, a Marcopolo e a Busscar, se instalaram por lá, onde continuam a fechar negócios inclusive pela disseminação do modelo de transporte público desenvolvido por lá em outros países do mundo.

Destinos

De acordo com as informações do Proexport Colômbia as exportações colombianas na área de autopeças saltaram de US$ 227 milhões para US$ 519 milhões, salto próximo a 90%; mais da metade desse volume de produtos teve como destino o Brasil, o Equador e a Venezuela, o restante está dividido entre Estados Unidos, México, Chile e Peru.

Para se ter uma ideia do esforço da Colômbia em desenvolver sua economia, na última sexta aquele país fechou com a Índia um acordo que tem por finalidade estimular um intercâmbio de investimentos entre os dois países.

Uma das intenções de longo prazo do governo colombiano é atrair outras montadoras, o que também fortaleceria o mercado de autopeças. Por enquanto, o setor colombiano tem capacidade para produção de 3,8 milhões de veículos, para quatro montadoras: GM, Renault, Mazda e Hino.

O calculo é de que haja 68 veículos para cada mil habitantes, o que coloca o país bem atrás da Argentina, por exemplo, que tem o triplo de carros per capita. Por isso, os fomentadores locais creem que há espaço para que as fabricantes de autopeças avancem no país. Por outro lado, a reportagem ouviu em off um especialista do setor de autopeças que afirmou que, além dos incentivos, a implantação de uma planta fabril em um mercado com essas características restringe o negócio a determinado perfil de empresas. "Para apostar em uma região com este perfil, a companhia teria de ser de grande porte, ter variedade de produtos e estar mais voltada ao mercado de reposição (manutenção da frota existente)", analisou, acrescentando que, no Brasil, empresas como Fras-le e Sabó, poderiam até se arriscar na aposta.

Possibilidade

Para o presidente da Fras-le, que faz parte do Grupo Randon, Daniel Randon, o mercado da Colômbia tem um bom potencial. "Inclusive, nós vendemos à eles por meio de um representante", contou.

Em relação a possíveis investimentos locais, o presidente da Fras-le diz que os incentivos são uma boa iniciativa, mas qualquer empresa que resolva entrar com uma planta tem de olhar a competitividade da cadeia como um todo. A Randon disse que a empresa sempre está de olho em oportunidades, mas que, hoje, os esforços estão voltados a aportes no Brasil, nos EUA e na China.


Fonte: DCI