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Brasil - Montadoras respondem por 65% das compras externas.

Publicada em 2013-07-22



Qualidade, custo, facilidades de logística e investimentos necessários para tornar viável a produção. Esses são os quatro principais quesitos avaliados pelas montadoras na hora de decidir o local onde vão comprar as autopeças de seus carros, segundo o diretor de abastecimento da Renault, Luiz Fernando Pedrucci.

Essas análises, diz, acontecem toda vez que os fabricantes de veículos começam a desenvolver um carro novo. "A cada projeto, fazemos uma pesquisa mundial de todos os componentes para ver onde podemos "localizar" as peças", afirma o executivo.

No Brasil, as montadoras respondem por cerca de 65% das importações de autopeças, de acordo com estimativa do Sindipeças, a entidade que abriga os fabricantes nacionais de componentes automotivos. Apesar disso, as montadoras de veículos, em geral, anunciam índices de nacionalização superior a 80% em seus carros mais populares produzidos no país.

Esse é o percentual também relatado pela Renault para os modelos fabricados pela marca no Paraná. A montadora tem 246 fornecedores nessa fábrica, sendo 138 deles inseridos em uma rede internacional de logística que lhes permite exportar a outras linhas de produção da Renault e sua aliada Nissan pelo mundo. Um painel de instrumentos do utilitário esportivo Duster fabricado no interior paulista, por exemplo, equipa carros produzidos pelo grupo na Rússia. A maioria dos embarques, contudo, se concentra em fábricas na Argentina (46%) e Colômbia (35%). Pedrucci diz que, neste ano, as exportações dos fornecedores brasileiros da Renault devem crescer cerca de 3%, graças à maior atividade das fábricas atendidas, permitindo superar a menor competitividade do país.

Só no ano passado, a Renault embarcou do Brasil 2,3 mil conteineres com 1,5 mil diferentes tipos de peças para suas fábricas no exterior. De acordo com Pedrucci, o sistema de logística montado pelo grupo, que centraliza em uma única estrutura as encomendas de todas suas operações no mundo, dá competitividade aos fabricantes de autopeças brasileiros. Segundo ele, o custo do transporte das peças exportadas pelo Paraná é de aproximadamente € 5 por metro cúbico, um terço do preço cobrado na França, país-sede da montadora. Isso é possível graças à concentração dos fornecedores perto do porto e a soluções de engenharia de transporte para permitir o melhor aproveitamento dos contêineres e rotas de transporte mais econômicas.


Fonte: Valor Econômico