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Veículos X alumínio: combinação perfeita
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A indústria automotiva tem um importante aliado quando o assunto é a construção de veículos com maior eficiência ecológica – o alumínio.
A matéria prima tem sido amplamente explorada pelo setor na busca, em princípio, pela redução de peso; o recurso, porém, se consagra como um coeficiente extremamente vantajoso do ponto de vista econômico e no que se refere a segurança veicular.
Por essas razões, a indústria siderúrgica se depara com uma demanda cada vez maior do setor. De acordo com dados da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), na década de 70 o alumínio compunha 2,6% do conteúdo de um automóvel; hoje essa porcentagem está 7,8%.
Ayrton Filleti, coordenador do Comitê de Mercados da Indústria Automobilística e de Transportes da Abal (Associação Brasileira do Alumínio) explica que “o alumínio pesa 2/3 menos que o aço e materiais ferrosos. Com isso, substituindo peças de ferro fundido ou aço, é possível economizar 60% do peso, mais ou menos. Com o carro mais leve, anda-se mais com menos combustível, ou seja, há uma eficiência maior no consumo”, diz.
Para ele, a questão da redução de emissão de poluentes também conta muito. “Com a história do aquecimento global isso é muito importante. A indústria automotiva na Europa e Estados Unidos está aumentando significativamente o uso do alumínio porque os governos estão colocando limites para a emissão de CO2 veicular”, observa. Segundo Filleti, tornar o veículo mais leve é uma das alternativas que norteiam as iniciativas na Europa, onde a legislação para questões ambientais é mais rígida.
Um estudo da Abal averiguou que os carros produzidos no Brasil têm uma média de 45 quilos de alumínio, já nos Estados Unidos são, aproximadamente, 145 quilos e na Europa 130.
Ainda referente à questão ambiental, o alumínio desponta como vantajoso em razão da reciclagem. “Esse metal tem um valor agregado muito alto; no descarte de um automóvel, pode ser refundido e nisso há um ganho importante”, conta ao relatar que, na produção propriamente dita do veículo, a matéria prima não apresenta benefícios econômicos.
Filleti descreve que a respeito da construção de veículos de grande porte – caminhões e ônibus –, além da redução de emissões poluentes e economia no consumo de combustível, o alumínio proporciona um ganho na carga útil transportada.
“Se o caminhão é fabricado com material mais leve e se diminui a tara, pode-se aumentar a carga útil e, com isso, se transporta mais com a mesma rodagem”, explica. “Em um caminhão tanque de transporte de combustível, por exemplo, se o implemento for construído com alumínio pode perder até dois mil quilos de peso e, assim, carregar até dois mil quilos a mais de combustível”, exemplifica ao lembrar da lei da balança que impede o tráfego de veículos pesados com peso superior a 35 toneladas.
Segurança
O coordenador da Abal crítica o mito de que o alumínio possa ser mais frágil que o aço. Segundo ele, “a indústria de siderurgia é muito rica; o alumínio é tão resistente quanto o aço. O avião, por exemplo, é todo de alumínio”, enfatiza.
Filleti diz, inclusive, que em análises de crash tests (testes que avaliam a resistência e o impacto de uma batida em veículos) protótipos construídos em alumínio apresentaram, duas vezes mais, melhor absorção ao impacto de uma colisão que o aço. “Uma batida com um pára-choque de alumínio, por exemplo, é menos problemática para o motorista que o aço, porque o metal absorve muito mais a energia do impacto”, observa.
Eduardo Lacerda, superintendente da Divisão de Rodas Forjadas da Alcoa na América do Sul, aponta outros fatores em relação à segurança. “Nesse quesito, a resistência é muito importante. O alumínio corroi, mas comparado a outros metais se deteriora muito menos”, avalia. Além disso, falando especificamente de rodas, Lacerda enfatizou que o componente em alumínio não produz faísca.
Crescimento à vista
Para Filleti, a crescente utilização do alumínio no setor automotivo é inevitável. “Deve haver um aumento da demanda de alumínio pela indústria de veículos devido à construção de motores com o metal, em detrimento do aço fundido. Mas no geral haverá crescimento no setor principalmente pela superação da indústria automotiva”, salienta.
O superintendente da Alcoa concorda e prevê bons resultados para a empresa. “Nosso objetivo em termos de rodas é ter 18% do segmento de caminhões e ônibus até 2012. Hoje temos 12%”.
Com todos esses pontos positivos para o alumínio resta ao segmento de aço, que vem perdendo participação significativa no mercado, buscar alternativas no sentido de produzir um aço mais leve e mais resistente, com o objetivo de retomar a competitividade do produto na indústria. (Webtranspo/Eliane Leite)
Fonte: Webtranspo
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