Notícias

Fiat monta operação de guerra para trazer máquina para o Brasil.

Publicada em 2013-09-29



    • A fábrica da Fiat, em construção no município pernambucano de Goiana (distante 70 km da capital Recife), vai começar a ganhar ares de montadora efetivamente. No próximo dia 7 começa a chegar à obra a primeira das duas linhas de prensas do complexo automotivo. O equipamento, considerado o coração de uma indústria de veículos, desembarcou no Porto de Suape. É na linha de prensas onde começa o processo de montagem das peças da carroceria.

      O trajeto da prensa até Goiana vai exigir uma operação logística complexa, envolvendo 304 caminhões e veículos especiais. O desembarque da segunda prensa é aguardado dentro dos próximos dois meses. O governador Eduardo Campos (PSB) acompanhou a chegada da primeira leva.

      O engenheiro responsável pela instalação dos equipamentos nas fábricas da Fiat pelo mundo, Fabio Rima, destaca que a maquinaria está no estado da arte da tecnologia do setor. Sem revelar seu valor, o executivo diz que se trata do conjunto de equipamentos mais caro da fábrica.

      Sem revelar o valor investido, o executivo diz que se trata do conjunto de equipamentos mais caro da fábrica.

      "Produzida pela fabricante japonesa Komatsu, a prensa tem 70 metros de comprimento e 12,5 metros de altura. O tempo de trânsito do Japão até Porto de Suape levou dois meses. Essas prensas são construídas sob encomenda e acertamos o pedido desde 2011", conta.

      A prensa chegou desmontada em 998 pedaços no navio. O desembarque no Porto de Suape foi realizado, em sistema de revezamento, por 600 homens.

      "Depois de concluídas as etapas de descarregamento, armazenagem (no Tecon Suape) e desembaraço na Receita Federal o equipamento vai deixar o porto", explica o vice-presidente de Suape, Caio Ramos.

      Logística

      Essa foi a primeira prensa automotiva recebida no complexo portuário. A partir do dia 7 de outubro, as partes do equipamento começam a seguir para a planta da Fiat, em Goiana. "A logística de transporte das prensas vem sendo discutida entre a Fiat e o governo do Estado há um ano", adianta Ramos.

      Para evitar maiores gargalos, a carga será transportada entre a noite e a madrugada pelas estradas. Serão necessárias 300 viagens rodoviárias para concluir a operação, realizadas por 304 caminhões, sendo 78 especiais. As prensas serão transportadas a uma velocidade de 15 quilômetros por hora. Para realizar a operação, o pessoal de logística e planejamento da Fiat realizou um estudo de rotas. Todas as partes da prensa deverão estar dentro da planta de Goiana até o dia 22 de outubro.

      As prensas compradas para a unidade pernambucana são do mesmo modelo das adquiridas para as fábricas do grupo na Itália e na Sérvia. Formado por seis unidades enfileiradas, o equipamento tem alto desempenho e potência, sendo capaz de produzir até 16 golpes por minuto, com o impacto de 2,5 mil toneladas. Na prática, a prensa receberá a chapa de aço em uma extremidade e o primeiro golpe dará forma à peça, que ganha o contorno definitivo. É nessa etapa que o aço recebe as estruturas para compor o veículo. "O aço vai passando pelas 16 unidades que formam a prensa, sendo furado, moldado e cortado", explica Rima.

      Moldagem

      Depois dessa etapa, braços robóticos moldam a unidade, garantindo a segurança da operação. No final, são moldadas as peças do carro, como portas, lateral, teto e capô. De lá, o veículo já montado passa pelo controle de avaliação. Para operar a prensa, serão necessários 190 profissionais, que já estão sendo qualificados, e 13 coordenadores.

      "Em março a primeira linha de prensas já deve ter a instalação concluída para iniciar a fase de testes. Só entre agosto e setembro entrará em operação industrial", prevê Rima.

      Com 2.200 operários envolvidos na construção da nova fábrica, a obra já está com status de 35% executada. A previsão é concluir a construção no final do ano de 2014 para iniciar a produção comercial em 2015.

      O investimento da montadora será de R$ 4 bilhões e a unidade, terá capacidade para fabricar 250 mil veículos por ano, além de gerar 4,5 mil empregos diretos. (DCI/Adriana Guarda)

Fonte: DCI



Notícias Relacionadas