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Brasil - Crise na indústria de bens de capital só deve passar em 2017

Publicada em 2014-06-26



A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou queda no consumo (7,0%), no faturamento (2,2%), na utilização da capacidade instalada (0,3%) e na carteira de pedidos (4,1%) no confronto de abril contra março deste ano. O resultado, apresentado nessa quarta-feira (25) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), sela a crise enfrentada pelo setor e afasta as perspectivas de recuperação por, pelo menos, um ano.

Na avaliação do assessor econômico da entidade, Mário Bernardini, a falta de investimentos no Brasil , reforçada pelas incertezas geradas pelas eleições presidenciais de outubro, condena a indústria de bens de capitais a amargar números negativos até 2016.

'O governo terá que, obrigatoriamente, fazer acertos em 2015, já que está administrando preços importantes há dois anos -câmbio , combustível, energia elétrica. Isso vai ter que ser equacionado e, quando fizerem isso, haverá aumento da inflação . Então, o cenário para 2016 é tão complicado quanto para o ano que vem', afirmou Bernardini.

Minas Gerais

Em território mineiro, a tendência é a de que os resultados sejam ainda mais alarmantes do que os nacionais, uma vez que a economia do Estado sustenta-se em pilares atualmente frágeis: o da indústria extrativa e o da indústria de transformação, ambos em declínio.

'Não temos números de Minas, mas, no mês passado, tínhamos uma estimativa de que aqui seria pior e isso se concretizou. Podemos afirmar que a tendência do Estado é ter um número pior do que o do Brasil , hoje, por causa desses fatores', disse o diretor regional da Abimaq-MG, Marcelo Luiz Veneroso.

Reflexo disso já é observado na redução do nível de emprego. De janeiro para cá, aproximadamente 3.500 empregados foram dispensados das indústrias mineiras de máquinas e equipamentos.

'Se uma montadora de automóveis manda dois mil funcionários embora, o governo se mobiliza. Nós não conseguimos isso porque são são dois (demitidos) aqui, seis ali... Só que nós empregamos muito mais, porém, de forma pulverizada', afirmou Veneroso.


Fonte: Hoje em Dia