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Aço brasileiro é 30% mais caro que o europeu, diz Volkswagen.
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O governo fez dois anúncios ontem que tiveram o efeito de "bate e assopra" sobre as indústrias de bens de capital e automobilística. O primeiro foi o da decisão de manter as atuais taxas de importação de aço, na casa dos 14%, ao contrário do que esperavam os dois setores. A segunda foi o da extensão do programa de financiamento PSI/Finame até o final do ano, com taxa de 5,5%, para máquinas e equipamentos, e de 8%, para caminhões, como anunciado anteriormente, e não com taxas de juro mais elevadas, como chegou a ser cogitado.
O PSI/Finame é um dos principais motores de vendas e máquinas e equipamentos e de caminhões no Brasil atualmente. E, em função disso, sua manutenção com juro de 5,5% é avaliada como um dos poucos acertos na política industrial do atual governo. "O Luciano Coutinho merece uma estátua por isso", afirma José Velloso Dias Cardoso, primeiro vice-presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). "É a única ferramenta de competitividade que o governo nos dá. A política monetária tira a competitividade de toda a indústria de transformação do país", diz.
Já no que diz respeito à manutenção da tarifa de importação do aço, o discurso é diferente. "Apesar de ser o maior produtor de ferro, o Brasil tem o aço mais caro do mundo, e não é de hoje. Não é manchete de jornal. Mas só agora que a indústria automobilística vem a público reclamar é que dão essa importância", diz Velloso.
Segundo o dirigente, muitas grandes empresas do setor já estão importando aço. "A minha, por exemplo, compra 40% fora, diz. O problema é que as pequenas e médias, que representam 90% das cerca de 4,5 mil empresas do setor, não têm poder de fogo para tanto, e são obrigadas a se abastecer no mercado interno. "É quase uma reserva de mercado para as siderúrgicas brasileiras", afirma.
Apenas este ano, Velloso diz que já foram repassados sem negociação dois aumentos de preço, que somam entre 15% e 20%, dependendo do tipo de aço e do distribuidor. E novas altas são esperadas.
Na indústria automobilística, a resposta à alta do insumo poderá vir na forma de aumento das importações. Segundo Garcia Sanz, responsável pela área de compras do Grupo Volkswagen mundial, 30% da matéria-prima usada pela companhia no Brasil este ano será importada."Os custos na Europa são 305 mais baixos", diz o executivo.
Além disso, a montadora compra aço junto com fornecedores, para ampliar a competitividade de sua cadeia produtiva. "Os asiáticos chegam ao Brasil completos. Lá o aço é muito mais barato. Por isso adotamos essa medida", diz.
Outra ação em andamento na Volks, segundo Sanz, é a busca por novos fornecedores asiáticos e europeus que queiram investir no Brasil. Em especial de faróis, plásticos e tecnologia eletrônica do motor. Além da questão dos custos, de acordo com Thomas Schmall, presidente da montadora no Brasil, o parque de autopeças está produzindo no limite. "Está havendo muito retrabalho, o que implica em perda de tempo e alta dos custos de produção", diz.
Fonte: Brasil Econômico
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