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Alta barra melhora no parque de ferro-gusa.

Publicada em 2010-07-09



O parque guseiro em Minas Gerais atravessa novamente um período de crise em virtude da elevação no preço do minério de ferro e da redução das exportações, o que poderá inviabilizar as operações do setor. Três usinas abafaram os altos-fornos no Estado nos últimos dias.

Conforme antecipado pelo Diário do Comércio, o reajuste nos preços do minério de ferro a partir de 1º de julho poderia provocar nova onda de  abafamento de três altos-fornos em duas empresas, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Divinópolis e região.

De acordo com o diretor da entidade, Luiz Carlos Pereira, a Siderúrgica Valinhos paralisou as atividades há uma semana. Foram dispensados 35 trabalhadores. Já a Siderúrgica Hubiner abafou os dois equipamentos há 20 dias, com 64 demissões.

Conforme Pereira, em reunião com representações do setor o sindicato foi alertado sobre a possível paralisação de outras empresas na região em virtude do atual cenário.

Em Sete Lagoas (região Central), principal polo guseiro do Estado, a siderúrgica Sicafe Produtos Siderúrgicos Ltda. abafou o alto-forno no último dia 4, conforme informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas.

De acordo com o presidente da entidade, Ernane Geraldo Dias, o cenário é preocupante, mas ainda não foram realizadas as demissões. “A empresa não deu explicações sobre a paralisação”, disse.

Segundo ele, Sicafe havia retomado as operações entre abril e maio deste ano, após abafar o alto-forno devido à crise financeira global.

Retomada

Já em Itaúna a preocupação é em relação à retomada dos alto-fornos paralisados na região. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Hylio Batista de Souza, das sete empresas do segmento na região apenas duas estão em operação.

O presidente do Sindicado da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Paulinho Cícero de Vasconcelos, explicou que a alta concedida pelas mineradoras a partir de 1º de julho inviabilizará a continuidade das operações de algumas empresas no Estado.

Ele explicou que os preços do gusa estão abaixo dos praticados no período pré-crise, e a elevação do custo de produção não poderá ser repassado. Atualmente, o gusa de aciaria é comeralizado entre R$ 700 e R$ 800 a tonelada.

Spot

As mineradoras adotaram neste ano reajustes trimestrais e abandonaram os contratos anuais de fornecimento do insumo. O novo modelo é baseado no mercado spot (à vista), que é mais sensível às alterações no cenário econômico.

Em 2010, já foram realizados dois reajustes do minério de ferro. Na primeira alta das mineradoras chegaram a aplicar um aumento de 100% nos contratos.

O cenário de incertezas e preços abaixo da média verificada antes da eclosão da crise financeira global refletem na produção. Atualmente, cerca de 42 dos 106 altos-fornos em Minas Gerais estão fora de operação.

A produção no Estado está em aproximadamente 300 mil toneladas/mês. O volume representa 60% da média histórica do setor em Minas Gerais, sendo 450 mil toneladas/mensais.

Conforme publicado anteriormente, os negócios dos produtores de ferro-gusa em Minas estão sendo sustentados pela demanda interna. O crescimento da produção siderúrgica refletiu na melhora na comparação com o ano passado.


Fonte: Diário do Comércio