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Crise nas auto peças pode seguir até 2017
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A cadeia de autopeças amarga um dos piores anos em uma década. Além do alto índice de ociosidade dessa indústria, a baixa atividade das montadoras deve levar fabricantes de médio porte a sofrer ainda mais com a crise, que pode perdurar até 2017, dizem representantes do setor.
"Os médios empresários da cadeia estão imobilizados, pois têm pouca flexibilidade para se adaptar à crise", afirmou nesta segunda-feira (6) o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, durante o VI Fórum da Indústria Automobilística.
Segundo o dirigente, o faturamento do setor em 2015 deve ser o pior dos últimos dez anos. A estimativa é de queda de R$ 76,7 bilhões em 2014 para R$ 67,9 bi este ano.
"A ociosidade da indústria de autopeças também é histórica", observa ele. De acordo com levantamento com o Sindipeças, o nível de utilização da capacidade das empresas gira em torno dos 60%.
Desde novembro de 2013 até fevereiro deste ano, cerca de 45 mil funcionários foram demitidos na indústria de autopeças, de acordo com o sindicato. A previsão é que o quadro se agrave se nada for feito.
"Até o final deste ano, o número de demissões pode ultrapassar 50 mil", declarou o executivo. Butori destacou que o Inovar-Auto antecipou a demanda natural do mercado e, com isso, as perspectivas para o setor não são animadoras para o ano.
Além disso, segundo Butori, a falta de confiança do consumidor, a inflação e as dificuldades de acesso ao crédito prejudicam. "A retomada da cadeia de autopeças deve vir somente em 2017, mas de maneira lenta", pondera dirigente.
Executivos de algumas montadoras afirmaram que os desembolsos para peças devem cair neste ano. "Certamente, o volume de compras vai ser menor em 2015", afirmou o diretor de compras da Mercedes-Benz, Erodes Berbetz.
Segundo o executivo de compras da Ford, João Pimentel, apesar da perspectiva da montadora de ganhar mercado (market share) em 2015 com o novo Ka e a linha F-Series, a companhia também irá reduzir as suas encomendas neste ano. "O volume pode cair entre 5% e 10%", ressaltou.
Inovar-Peças
Butori salientou que o programa de incentivos à cadeia de autopeças ainda não saiu do papel. "O Inovar-Peças não existe", disse. Ele afirmou, entretanto, que a rastreabilidade de peças começa a vigorar já neste mês. A medida visa fiscalizar a quantidade de componentes nacionais usados em todos os níveis da cadeia, garantindo que a premissa do Inovar-Auto de conteúdo local de 60% seja cumprida.
No entanto, executivos do mercado ainda têm dúvidas se o programa vai decolar. "Ninguém sabe ao certo como a rastreabilidade vai ser colocada em prática, então fica difícil para as empresas da cadeia assimilarem como cumprir as regras", explica o diretor da consultoria automotiva Roland Berger, Stephen Keese.
Juliana Estigarríbia
Fonte: DCI
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