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A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) inaugurou oficialmente no dia 28 de abril a fábrica da Jeep em Goiana, Pernambuco. O investimento total superou os R$ 7 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões na fábrica Jeep, R$ 2 bilhões no desenvolvimento de produtos e outros R$ 2 bilhões no parque de fornecedores - que abriga 16 sistemistas, que irão contribuir para a montadora atingir 80% de índice de nacionalização.

A fábrica ocupa área construída de 260 mil m² e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. O parque de fornecedores é um complexo de 12 edifícios, que abrigam 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos, em área de 270 mil m². A FCA contribuiu com cerca de R$ 1 bilhão (obras civis e utilidades) no parque e os 16 fornecedores com outros R$ 1 bilhão em equipamentos. Foram instalados no parque a produção de conjuntos estampados e soldados, pintura, peças injetadas de acabamento interno e externo, montagens (como bancos, mecanismos, suspensão, pneus/rodas, vidros, entre outros) até sistemas complexos como painéis de instrumentos, sistema de arrefecimento do motor e ar condicionado, conforme explica Alfredo Fernandez, diretor do Parque de Fornecedores.

Primeiro carro a ser produzido no Polo Automotivo Jeep, o Renegade sai da linha de produção e chega às concessionárias de todo o País com um índice de nacionalização de mais de 70%. Nos próximos meses, o índice de localização deve superar a casa dos 80%, percentual que vai repetir-se também nos demais veículos a serem fabricados em Pernambuco. Os fornecedores do parque anexo ao perímetro da fábrica serão responsáveis por 40% dos conteúdos do Jeep Renegade. Os demais componentes que permitirão alcançar o índice de nacionalização de 80% virão de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e outros estados.

“A estruturação do Parque de Fornecedores foi um processo inovador, pois, ao contrário de como costuma ocorrer, primeiro foram definidas as linhas estratégicas de produto e seus respectivos processos - padrão de manufatura de classe mundial, tecnologias, equipamentos de produção e de controle - para posterior escolha dos fornecedores. Na etapa seguinte, definimos em conjunto com os fornecedores os fluxos logísticos e leiautes, para, somente a partir daí, dimensionar o complexo do Parque de Fornecedores”, explica o diretor de Gestão de Projetos Estratégicos da FCA, Antônio Damião.

Parque Fabril - Um dos destaques do parque fabril é a presença de 700 robôs: 650 na funilaria, 40 na pintura e 10 na montagem.

A estamparia conta com duas linhas de prensas Komatsu com capacidade para 18 estampos por minuto. Seus motores elétricos permitem o movimento de pesos enormes com precisão de décimos de milímetro, preservando a integridade da chapa e a qualidade do estampo.

A funilaria conta com a principal inovação da planta: uma estação com 18 robôs, capaz de aplicar 100 pontos de solda em 60 segundos, congelando a geometria da carroceria em uma única etapa. Normalmente, a fixação das partes e consolidação da carroceria é feita em várias estações. O movimento entre uma estação e outra pode comprometer a precisão da geometria, dando origem a futuros problemas, como encaixe imperfeito de componentes ou ruídos. A Comau, empresa de automação industrial da FCA, desenvolveu a estação de robôs, cuja configuração confere flexibilidade à linha, que pode produzir até quatro modelos.

Na pintura, a inovação está no processo que dispensa a camada de primer, denominado primerless, que assegura a qualidade final do veículo e a durabilidade da pintura, porém com menor consumo de energia e em menos emissões na atmosfera.

Concebida visando a melhor ergonomia, a montagem contará com a acoplagem do powertrain com o carro - parte fundamental e crítica - feita automaticamente: o conjunto de powertrain vem por uma linha no nível do piso e a carroceria vem por linha aérea. Em determinado ponto, os dois conjuntos são conectados automaticamente. A automação garante repetibilidade da operação, assegurando total conformidade.