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Altos-fornos podem ser abafados por siderúrgicas
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O momento negativo enfrentado pelo setor siderúrgico poderá levar algumas empresas, a exemplo da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), a reduzir temporariamente a produção com o desligamento de altos-fornos, conforme avaliação de especialistas consultados pelo Diário do Comércio. Com a atividade econômica em baixa, o consumo interno de aço está em retração.
Na última terça-feira, a Usiminas comunicou ao mercado que irá abafar dois altos-fornos, instalados na usina de Ipatinga, no Vale do Aço, e em Cubatão (SP). Com a medida, a companhia deixará de produzir 120 mil toneladas de ferro-gusa mensalmente. De acordo com a companhia, o ajuste visa adequar a produção ao atual ritmo de demanda do mercado siderúrgico.
O analista independente do blog WhatsCall, Pedro Galdi, explica que abafar um alto-forno de uma siderúrgica não é uma medida simples, principalmente por conta das intervenções necessárias no momento em que o equipamento é religado, quando ele é praticamente montado novamente. “Porém, o ritmo atual justifica até mesmo o desligamento por parte de outras siderúrgicas”, afirma. A manutenção de um equipamento em funcionamento pode gerar custos para a usina, uma vez que a produção deve ser mantida mesmo se não houver demanda, resultando em estoques elevados.
O analista da Tendências Consultoria, Felipe Beraldi, também não descarta que o cenário ruim do setor resulte em novos desligamentos de fornos. “As projeções são negativas”, ressalta.
Ele estima que o setor está com os estoques elevados, pois nos primeiros meses deste ano o desempenho do mercado refletiu o momento ruim dos principais segmentos consumidores de aço no Brasil, como, por exemplo, a indústria automotiva e a construção civil.No acumulado do ano até abril, o consumo aparente de aço no País recuou 4,2% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O resultado passou de 8,5 milhões de toneladas para 8,4 milhões de toneladas, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). A entidade calcula que o consumo interno de aço deverá recuar 7,8% em 2015 em relação ao ano passado, voltando aos patamares de 2007.
Parada programada - O desligamento do alto-forno nº 1 da usina em Ipatinga está programado para 4 junho. Já o equipamento em Cubatão será abafado no próximo dia 31. A medida preocupa o Sindicato dos Metalúrgicos do município, que já convocou reunião com a siderúrgica para discutir o futuro dos funcionários. O secretário de Finanças da entidade, Geraldo Magela Duarte, afirma que demissões em massa por conta do ajuste não serão aceitas.
Na avaliação de Duarte, um remanejamento dos operários que atuam no equipamento que será desligado é viável, uma vez que a companhia vem trabalhando com um número menor de funcionários em diversos setores por conta da eliminação de postos de trabalho registrada nos últimos anos.Questionada sobre a possibilidade de dispensas ou afastamento temporário de funcionário, a companhia informa, em nota, que em face das atuais condições econômicas adversas vividas pelo setor siderúrgico, a Usiminas está avaliando constantemente o equilíbrio entre a demanda do mercado e o seu quadro de pessoal.”No entanto, o foco da companhia, no momento, tem se concentrado no aumento da eficiência operacional de suas linhas de produção, buscando preservar ao máximo a sua força de trabalho”, conclui o comunicado.
Fonte: Diário do Comércio
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