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Autopeça brasileira perde fatia na Argentina
Publicada em 2015-06-01
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As fabricantes brasileiras de autopeças, até pouco tempo dominantes no mercado argentino, vêm perdendo espaço nos últimos quatro anos para a concorrência asiática.
De 2010 a 2014, o Brasil perdeu quase US$ 1 bilhão em vendas de autopeças ao país. Sua fatia de mercado no segmento encolheu de 49% para 38% no período, segundo estudo feito pela consultoria econômica argentina Abeceb a pedido da Folha.
Em compensação, fornecedores chineses e do Sudeste Asiático quase dobraram sua presença no mesmo período. E até os europeus, cujos custos salariais são mais elevados do que os brasileiros, conseguiram tomar parte da fatia que era do país.
A diminuição da presença brasileira na Argentina ocorre em um momento em que os dois governo discutem a renovação do atual acordo automotivo - nesta sexta (29), autoridades dos dois países voltam a discutir o tema em Buenos Aires.
Um dos pontos colocados em negociação pela Argentina é o "passe livre" às autopeças asiáticas nos veículos comercializados entre os dois países.
Na mais recente reunião sobre o assunto, no início deste mês, a Argentina propôs incluir peças de China e de Coreia do Sul no acordo automotivo que determina que, para ficar isento de tarifa de importação, um veículo precisa ter 60% das peças fabricadas no Mercosul.
O Brasil é contra a proposta e poderia até deixar expirar o atual acordo, que vence no próximo dia 30 de junho.
Asiáticos mais rápidos
Apesar da queda de sua presença no mercado argentino, o Brasil ainda é o principal fornecedor de autopeças para a Argentina.
O resultado, porém, também demonstra uma perda da capacidade de competir dos produtores brasileiros, até mesmo em seus mercados tradicionais.
O levantamento feito pela Abeceb detectou que o Brasil perdeu mercado principalmente nas peças para o sistema elétrico, ar¬condicionado e para suspensão.
Nestes ramos, enquanto as vendas brasileiras recuaram, entre 2007/2008 e 2013/2014, as provenientes da China aumentaram praticamente na mesma velocidade.
"A produção de peças para o sistema elétrico são muito intensivas em mão de obra e, nesse quesito, nem Argentina nem Brasil têm condições de competir com a China", diz o economista Dante Sica, diretor da Abeceb e ex¬secretário da Indústria do país vizinho.
O economista afirma que os asiáticos são mais presentes no mercado de reposição de peças. Porém, observando as compras feitas exclusivamente pelas montadoras, o Brasil também cedeu espaço.
Neste caso, a fatia de mercado do Brasil cedeu de 46% para 42% entre 2013 e 2014, segundo a Abeceb.
Além de China e de produtores do Sudeste Asiático (como a Tailândia), o México ampliou seu mercado.
Para Sica, a indústria do Brasil e também a da Argentina vêm perdendo a capacidade de competir com as fábricas de outros países nos últimos anos.
"A única forma que os países encontraram para lidar com este problema foi fechar suas fronteiras, o que é uma solução de curto prazo", criticou. "O desafio é melhorar a competitividade, se não vamos ter de colocar cada vez mais barreiras".
Fonte: O Estado de São Paulo
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