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MP prejudica setor de ferroligas no Brasil
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Com queda de 80% na produção, devido à falta de energia contratada, as indústrias de ferroligas e silício metálico do estado de Minas Gerais sofreram um novo golpe. Isso porque o governo federal estendeu o fornecimento do insumo para as eletrointensivas do Nordeste até fevereiro de 2037, por meio da Medida Provisória 677. Com isso, elas pagarão três vezes menos pela eletricidade do que as concorrentes mineiras, que sem contrato terão a produção do próximo ano comprometida, uma vez que as vendas visando 2016 começam em setembro. Na prática, isso significará mais demissões e fechamento de empresas hoje à beira da falência.
A MP 677 significou o alívio para as empresas eletro intensivas com planta no Nordeste, incluindo grandes grupos como Vale, Braskem e Gerdau, que teriam o contrato de fornecimento de energia vencido no início de julho. Mas, ao mesmo tempo, desequilibrou o mercado, uma vez que tornou o insumo mais barato para indústrias daquela região. A medida possibilitou que a energia voltada para o mercado cativo fosse vendida no livre com os preços mais baixos para as empresas nordestinas. Um precedente não aberto em outras regiões.
Em Minas Gerais, industriais da área estão descontratados desde dezembro do ano passado. Se antes eles pagavam cerca de R$ 70 pelo megawatt¬hora (MWh), agora a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) oferece o insumo por aproximadamente R$ 450 o MWh.
Sem condições de produzir no novo patamar de preços, as empresas desligaram a maior parte dos fornos no Estado, reduzindo a produção em 80%. Foram demitidas até o momento cerca de 3 mil pessoas, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e de Silício Metálico (Abrafe). Como a maioria das indústrias está instalada em pequenos municípios, representando importante fonte de renda, emprego e impostos, o setor beneficia cerca de 400 mil pessoas de forma direta e indireta.
O problema é que, enquanto as empresas mineiras sofrem com a falta de energia, o preço do insumo para as indústrias nordestinas ficará na casa dos R$ 150 o MWh. Por serem concorrentes diretas, isso significa um forte desequilíbrio de mercado. "Com essa medida, o governo beneficia um grupo de empresas que são similares às mineiras e atuam no mesmo mercado. uma completa distorção competitiva, que impede a sobrevivência de muitas indústrias", afirma o vice-presidente da Abrafe, Henrique Simões Zica.
Perdido
O industrial adianta que o ano para o setor está perdido. Isso porque os contratos de 12 meses com os clientes já foram fechados no início do exercício. Sem energia disponível para a produção, as indústrias mineiras não participaram da competição. Dessa forma, a queda de 80% na produção deverá permanecer até dezembro, sendo o pior resultado da história do segmento no Estado.
A partir de setembro, começam as negociações para o fornecimento do próximo exercício. Por isso, a Abrafe está recorrendo ao governo federal, reivindicando que o benefício se estenda às empresas mineiras. " uma medida desequilibrada, que afeta a isonomia entre os estados. O governo tentou resolver o problema de uma região mas não trouxe nenhuma solução para a indústria mineira. Isso é uma falta uma política industrial bem definida", afirma.
No Estado, a associação vem tentando negociar diretamente com a Cemig uma redução dos preços. Mas com a entrega de parte de suas usinas para a União, a concessionária ficou sem lastro, tendo que recorrer até mesmo ao mercado livre para atender seus clientes. Dessa forma, ficou inviável uma redução dos preços. Procurada pela reportagem, a Cemig não se pronunciou sobre o assunto.
Fonte: Diário do Comércio
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