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ABM Week 2015 – Inovação no setor automotivo é tema de encontro
Publicada em 2015-08-19
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Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2015 – O segundo dia da ABM Week contou com um amplo debate sobre a indústria automotiva como indutora da inovação. Realizada nesta terça-feira (18/08), plenária coordenada por Francisco Coutinho Dornelas, da ArcelorMittal Aços Planos América do Sul, reuniu especialistas nacionais e internacionais que abordaram questões em torno da segurança, economia e sustentabilidade, fazendo um cenário comparativo dos diferentes materiais utilizados no setor. O encontro também teve a participação de Ricardo Reimer, membro do Conselho Executivo da SAE do Brasil e do Conselho Superior do Sindipeças e Abipeças, mediador do debate com os palestrantes. As apresentações reforçaram, especialmente, a importância da tecnologia e da inovação nesse mercado cada vez mais exigente, que trabalha com metas de redução de peso, aumento de segurança, além de impactos no custo final.
O engenheiro uruguaio Alejandro Furas, diretor técnico da Global NCAP e da Latin NCAP, falou sobre a segurança de veículos na América Latina, chamando a atenção para as diferenças entre os mercados latino-americano , o europeu e o norte-americano. Furas detalhou os critérios dos crash tests realizados em veículos daqui e do mercado internacional. As diferenças de resultado deixam claro que o mercado nacional ainda trabalha com níveis baixos de proteção e qualidade em comparação com outros países. Segundo o engenheiro, as avaliações feitas pela Global NCAP e Latin NCAP usam como principal critério as lesões dos ocupantes durante os testes. Os resultados são aferidos e, assim como no setor hoteleiro, são atribuídas estrelas (de 0 a 5) para comunicar o nível de segurança do veículo. “Com uso de bom material, não vai acontecer o pior, ressalta Alejandro, lembrando que esse é um investimento viável. “ O modelo UP, da Volkswagen é um exemplo de que é possível conciliar menor custo com boa segurança no Brasil, mas ainda é preciso melhorar muito. “Na Europa, o carro mais básico tem nível cinco estrelas de segurança com preços inferiores aos carros populares daqui, que têm zero estrela”, completou. Alejandro disse, ainda, que a Latin NCAP vai aumentar suas exigências no ano que vem, incluindo testes de impacto lateral e lateral frontal. Sobre recomendações para o governo, o engenheiro enfatizou a importância de seguirmos as normas técnicas reguladas pelas Nações Unidas, frotas com categorias 4 ou 5 estrelas e exigência de que todos os veículos tenham as estrelas sinalizadas em seus painéis.
O futuro da aplicação de aços de alta resistência nas carrocerias brasileiras foi o tema da apresentação de Jesse Paegle, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Gestamp, responsável pelo design de peças estruturais das carrocerias do Centro de Engenharia no Mercosul da empresa. “Trabalhando com montadoras, posso influenciar nas questões de performance e segurança. Dentro das áreas de engenharia das montadoras nacionais ainda falta informação das tecnologias que temos à disposição do setor. É preciso usar aços de alta resistência de forma competitiva”, afirmou. No Brasil temos particularidades. Todos têm que reduzir peso e aumentar segurança, mas a questão custo aparece muito forte”, completa. Jesse Paegle disse que já está ocorrendo uma mudança de conceito, em relação ao uso de tecnologias e materiais. “O Brasil vai sair de 5% do que vemos hoje aplicado na carroceria para algo em torno de 30 a 35% em 2010”, afirmou.
Para mostrar o posicionamento da indústria do alumínio, quem também participou da plenária foi Celso Soares, Diretor de Laminados da Alcoa América Latina e Caribe. Em sua palestra, ele falou sobre as principais inovações e tecnologias que o segmento está trazendo para o processo de inovação do setor automotivo. Segundo Celso, com a revolução em torno das exigências para redução de peso, a indústria do alumínio aparece como um grande player para compor o carro do futuro. O diretor da Alcoa também falou sobre processos e tecnologias presentes na produção da nova picape Ford F-150 modelo 2015, veiculo mais vendido dos EUA, concebido e manufaturado com 95% de Alumínio na carroceria, o que permitiu que ficasse 15% mais leve que o seu antecessor. Celso Soares também destacou a nova tecnologia do micromill, invenção da Alcoa, um modo diferente de laminar ligas de alta resistência. “ A eficiência de consumo só será alcançada com o uso de materiais eficientes, sem perda de segurança e facilidade de produção”, completou.
Para dar ênfase às inovações na aplicação de plásticos na indústria automotiva, quem também se apresentou na Plenária Master foi Eduardo Girote, gerente de Marketing, Divisão de Plásticos Inovativos da SABIC, segunda maior indústria química do mundo. “O mercado ainda é muito conservador e voltado para os metais. Desenvolvemos projetos em cooperação com as empresas para demonstrar que o plástico funciona”, afirmou. Para isso, Girote explicou a importância do estudo da geração de um conceito, onde estão incluídos o design e a seleção de materiais. “Temos resultados bem sucedidos e casos como o modelo XL1, da Volkswagen, o primeiro do mundo com policarbonato em janelas e o mais econômico da VW”, destacou.
A série de apresentações foi finalizada com a participação do indiano Debanshu Bhattacharya , diretor de pesquisa de produtos da ArcelorMittal, em Chicago (EUA), considerado um dos maiores especialistas em segurança veicular do mundo e um dos principais profissionais da siderurgia mundial envolvidos no incremento de aços para aplicação automotiva. Este ano, ele trouxe para os debates os desafios metalúrgicos para o desenvolvimento de aços avançados de alta resistência, ressaltando que a utilização dessas tecnologias está em crescimento na América Latina. “O Mercosul usa aços de 1ª geração . Os principais fatores para o uso de novos aços na indústria automotiva são a economia de combustível e a segurança”, disse, reforçando que atualmente já se trabalha com o desenvolvimento e aplicação de aços de 3ª geração, que apresentam ainda mais alongamento, estabilidade, força e durabilidade.
Uma realização da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), a ABM WEEK 2015 acontece de 17 a 21 de agosto, reunindo especialistas nacionais e internacionais reconhecidos mundialmente nas áreas representadas pela ABM. A expectativa da organização é reunir cerca de três mil pessoas da indústria e da academia durante uma semana de evento.
Esta é a primeira vez que a ABM realiza simultaneamente, no mesmo local, seus 12 tradicionais eventos. A ABM Week reunirá 13 áreas vitais da cadeia produtiva: o 70º Congresso Anual da ABM, o 52º Seminário de Laminação, o 46º Seminário de Aciaria, o 45º Seminário de Redução, o 16º Simpósio de Minério de Ferro, o 3º Simpósio de Aglomeração, o 34º Seminário de Logística, o 36º Seminário de Balanços Energéticos, o 30º Encontro de Gases Industriais, o 19º Seminário de Automação & TI, o 15º Enemet – Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas e o 6º Seminário de Trefilação, além do 12º Seminário Brasileiro de Aço Inoxidável, em parceria com a Abinox - Associação Brasileira de Aço Inoxidável.
Mais informações : www.abmbrasil.com.br/abmweek2015/.
ABM Week
Data: De 17 a 21 de agosto de 2015
Local: Riocentro – Pavilhão 5 (Av. Salvador Allende 6555 – Barra da Tijuca)
Informações e inscrições: http://www.abmbrasil.com.br/abmweek2015/
Fonte: ABM
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