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Ford Brasil anuncia fim da produção no turno da noite

Publicada em 2015-11-25



A Ford informou nesta terça-feira (24/11) que decidiu encerrar as atividades de produção do turno da noite da fábrica de Camaçari, na Bahia, a partir de março de 2016. A montadora atribuiu a decisão à "significativa desaceleração do mercado automotivo", que resultou em uma queda no volume produzido pela fábrica. Em nota, a Ford disse que pretende utilizar "todas as ferramentas possíveis para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica". Além disso, afirmou que está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.

A unidade de Camaçari conta hoje com 4.712 trabalhadores e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. A montadora, porém, não informou quantas unidades foram produzidas em 2015 nem o número excedente de trabalhadores. Também não quis adiantar se cogita aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para manter funcionários.

A unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, já aderiu ao programa, que pode reduzir a jornada de trabalho dos funcionários em até 30%, com uma diminuição salarial no mesmo nível. Metade da perda salarial, contudo, é compensada pelo governo.Em relação às vendas, a Ford registra a comercialização de 217.086 unidades no acumulado de janeiro a outubro deste ano, queda de 11% em comparação com igual período do ano anterior, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores).

A montadora é a quarta que mais vendeu no Brasil em 2015. No entanto, considerando apenas outubro, perdeu a quarta colocação para a Hyundai.

Paralisação

A decisão da Ford de encerrar as atividades de produção do turno da noite afetará cerca de 2 mil trabalhadores, entre funcionários da própria Ford e sistemistas (fornecedores), informou hoje a montadora, por meio de sua assessoria de comunicação. A fábrica fica na cidade de Camaçari e conta hoje com 4.712 empregados.

A empresa, no entanto, ainda não sabe o que vai acontecer com o excedente de trabalhadores, se serão demitidos, se entrarão em férias coletivas ou se serão cadastrados no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal. As empresas que aderem ao programa podem reduzir a jornada de trabalho dos funcionários em até 30%, com diminuição dos salários no mesmo nível. Metade da perda salarial é compensada pelo governo.

A promessa da montadora, por enquanto, é utilizar "todas as ferramentas possíveis para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica". As negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari já começaram. A Ford atribuiu a decisão de encerrar a produção no terceiro turno à "significativa desaceleração do mercado automotivo" em 2015, que resultou em uma queda no volume produzido pela fábrica. A unidade tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano.

Caminhando para terminar o ano com o pior nível de vendas desde 2007, o setor automotivo já demitiu pelo menos 37,8 mil trabalhadores em 2015, sendo 26 mil nas concessionárias e 11,8 mil nas montadoras, mostram dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).


Fonte: Época