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Siderurgia fez mais de 21 mil demissões no Brasil
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As siderúrgicas brasileiras já demitiram 21.786 trabalhadores desde janeiro. Com a demanda doméstica em queda aliada à baixa competitividade no mercado externo, o setor vive a pior crise de sua história e a situação poderá se agravar nos próximos meses, alerta o Instituto Brasileiro do Aço (IABr). Com o cenário negativo, as usinas já postergaram US$ 2,2 bilhões em investimentos.
Em coletiva de imprensa realizada ontem, a entidade informou que as projeções são que as demissões atinjam mais 7.407 funcionários nos próximos seis meses caso nada seja feito para reverter o quadro atual. "Isto demonstra a dramaticidade da situação do setor", disse o presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.
Atualmente, 47 unidades estão desativadas no País. Deste total, são dois altos-fornos, quatro aciarias e oito laminadores. De acordo com Lopes, para se ter ideia do agravamento registrado nos últimos meses, em junho, eram 20 equipamentos desativados. Para piorar o quadro, a previsão da entidade é que mais 24 equipamentos sejam desligados nos próximos seis meses no País.
Além das demissões, a paralisação das atividades de algumas usinas resultou na suspensão de 2.266 contratos de trabalho no Brasil, conforme a entidade.
Um exemplo dos efeitos da crise vivida pelo parque siderúrgico no Brasil é a suspensão das atividades da Usiminas Cubatão, em São Paulo, anunciada no mês passado pela Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), após apurar um prejuízo de R$ 1,04 bilhão no terceiro trimestre. A companhia deverá demitir cerca de 2 mil empregados por conta da medida.
O cenário negativo resultou também no adiamento de investimentos significativos. O IABr estima que projetos orçados em US$ 2,2 bilhões (R$ 8,2 bilhões) foram postergados. Com isso, 7.660 postos de trabalho deixaram de ser gerados.
Projeções - O instituto divulgou também novas projeções para este ano. O consumo aparente de aço, que compreende as vendas internas das siderúrgicas mais as importações, deverão recuar 16,5% em 2015 na comparação com 2014. O volume consumido no País deverá ficar em 21,373 milhões de toneladas, ante 25,606 milhões de toneladas no exercício passado. A projeção anterior era que a queda fosse de 12,8% na mesma base de comparação.
Para 2016, o IABr ainda estima queda nos resultados. O consumo aparente, conforme as projeções, deverá recuar 5,1% em relação ao atual exercício e deverá atingir 20,286 milhões de toneladas. "Na verdade, não há nada que sinalize recuperação do mercado interno. Então eu diria que 2016 é a repetição do que estamos falando em 2015", disse Lopes.
Já a produção de aço bruto deverá fechar o ano com uma queda de 2% na comparação com 2014. As usinas deverão produzir 33,204 milhões de toneladas, contra 33,897 milhões de toneladas no exercício passado.
Mercado externo - Durante a coletiva, os dirigentes do IABr ressaltaram a necessidade de medidas de defesa comercial no País. A entidade se reuniu recentemente com a presidente Dilma Rousseff e alguns ministros para discutir o problema. Conforme Lopes, em 15 dias o governo deverá anunciar um posicionamento sobre as medidas que poderão ser adotadas.
Mesmo com a depreciação do real, a taxa de penetração de aço importado, principalmente da China, continua elevada. Isto se dá em função das moedas dos maiores produtores de aço também terem apresentado desvalorização frente ao dólar. Além disso, a sobreoferta de aço no mercado internacional em função do excesso de capacidade da China, responsável por cerca de 50% da produção global, vem reduzindo os preços do aço no mercado internacional.
Lopes explicou que atualmente diversos países estão tomando medidas para evitar a entrada do aço importado e, caso o Brasil não adote nenhuma atitude, estes produtos poderão ser direcionados para o mercado brasileiro. "São mais de 116 medidas tomadas pelo mundo para tapar o buraco para evitar que ocorra o que vem ocorrendo. O mundo vem sendo inundado por aço com preço deprimido por conta dessa monumental excesso de capacidade", disse o presidente-executivo do IABr.
Fonte: Diário do Comércio
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