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Ferro-gusa entra em crise e gera desemprego no setor

Publicada em 2010-08-19



O ferro-gusa, matéria-prima do aço, parece ainda sentir os efeitos da crise mundial. O índice de desemprego das áreas profissionais relacionadas ao setor é o que reflete esse fato.

Em Minas Gerais, foram perdidos 5.000 empregos diretos na indústria do gusa. Somente em Sete Lagoas, maior pólo do Estado, com 22 siderúrgicas, foram 2.200 demissões desde o início da crise, há dois anos. Na produção de carvão vegetal, que alimenta os alto-fornos de gusa, foram 10 mil postos de trabalho fechados. Os números são do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer) e do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, informou que dos 39 alto-fornos existentes em Sete Lagoas, apenas 17 estão funcionando. De acordo com Ernane, foram fechadas cinco empresas. Em julho, a Sicafe demitiu 130 funcionários. A Cosisa paralisou as atividades desde novembro de 2008 com a demissão de 230 funcionários. A Barão de Mauá deu férias remuneradas no último dia 27 de julho, por 30 dias, para 110 pessoas, abafando o alto-forno. Outra que demitiu cem pessoas em julho foi a MGS Siderurgia.

A Siderlagos paralisou as atividades em dezembro de 2009 com a demissão de 140 funcionários e a Siderúrgica Veredas também encerrou as operações em dezembro do ano passado colocando outras 212 pessoas de volta ao mercado. A Siderpa também demitiu metade do pessoal, 200 funcionários ao todo. A siderúrgica Insivi demitiu cem pessoas. A Itasider demitiu 15 pessoas e a Fergobras demitiu em junho de 70 a 80 funcionários.

Além da crise mundial e da concorrência com outros países, como Rússia e Ucrânia, um dos motivos apontados por pessoas ligadas ao setor para essa crise do ferro-gusa é a sucata de aço, que é cerca de 20% a 40% mais barata.


Fonte: O Tempo