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TJ julga hoje reativação de forno para produção de ferro-gusa pela Vetorial.
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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) julga nesta quarta-feira (25), recurso impetrado pela Vetorial para a captação de água do Córrego Piraputangas a ser utilizada no segundo alto-forno de produção de ferro-gusa na unidade siderúrgica da empresa localizada no distrito de Maria Coelho, município de Corumbá (MS).
Desde a compra da MMX Metálicos Corumbá Ltda, em setembro de 2009, que a Vetorial tenta autorização para a retomada do parque industrial. Apesar do Instituto de Maio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), com base em estudos, ter dado aval à empresa, o Ministério Público do Estado proibiu a utilização da água do córrego.
O consumo de água requerido perante o órgão ambiental é de 100 m3/h. O consumo solicitado pela Vetorial, segundo a assessoria da empresa, está dentro das limitações legais e bem abaixo da vazão média do Córrego Piraputangas, não alcançando 15%.
De acordo com a Vetorial, o trabalho não vai contaminar o córrego, pois a água será usada somente na refrigeração do sistema de co-geração de energia e ainda vai contribuir para preservação do meio ambiente, pois evitará que maiores quantidades de gases sejam enviados a atmosfera.
Com a reativação deste alto-forno, a expectativa é que sejam novos empregos diretos e mais de mil indiretos.
Preocupação
Um dos setores mais preocupados com a decisão da Justiça é o da indústria do carvão. Depois da pior crise da história do setor, a produção de carvão foi retomada há alguns meses para atender a demanda dos dois alto-fornos, mas até agora apenas um foi ligado. A situação está gerando uma oferta excessiva do produto no Estado, culminando em uma nova crise influenciada também pela baixa demanda do ferro-gusa pelas aciarias do País.
De acordo com o presidente do Sindicarv (Sindicato das Indústrias e Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul), Marcos José Brito, esta poderá ser uma crise ainda pior, caso a Justiça não conceda a retirada desse curso d’água solicitado pela empresa Vetorial.
“O setor se preparou para suprir o consumo de carvão desse forno em Corumbá. Seriam aproximadamente mais 45.000 MDC - metros de carvão por mês, o que contribuiria muito com a permanência da atual produção de carvão”, explica o presidente.
Ainda segundo José Brito, a reativação deste alto-forno evitaria a paralisação em massa e o desemprego de milhares de trabalhadores ligados diretamente na produção do carvão, além daqueles que dependem indiretamente do segmento, como transportadores, postos de combustíveis, auto-peças, mercados e tantos outros fornecedores que abastecem esse setor.
“O setor estava se consolidando na sua retomada de produção. Evitar o funcionamento desse alto-forno é um desestímulo para os empresários que acreditaram, contrataram trabalhadores e investiram. Inibir a produção de ferro e aço no País é o mesmo que frear a economia”, lamenta.
Sustentabilidade
Outra preocupação é quanto à preservação do meio-ambiente, caso as produtoras de carvão decidam diversificar sua matéria-prima.
Em alguns países, como a China, o ferro é produzido à base do carvão mineral que emite o enxofre na atmosfera e é uma das principais causas do câncer.
Já a produção de ferro no Brasil tem sido realizada a partir do carvão vegetal, que tem sua origem vegetal e não causa nenhum dano a humanidade. A madeira utilizada é proveniente das florestas plantadas, que sequestram mais CO², do que o emitido pelas siderúrgicas, deixando um saldo positivo no meio-ambiente.
Fonte: MS Record
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