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Exportando, a Fras-le driblou a crise econômica brasileira
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Em junho deste ano, pouco mais de três meses depois de assumir a presidência da fabricante de autopeças Fras-le, o carioca Sergio Carvalho já contabilizava pelo menos duas viagens aos Estados Unidos e uma à Índia, ao País de Gales, à Itália e à China. As andanças de Carvalho ao redor do mundo ajudam a ilustrar o modelo de negócios cada vez mais globalizado da Fras-le, fabricante de materiais de fricção, principalmente lonas e pastilhas de freio para veículos comerciais e de passeio.
Com sede em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, a Fras-le faz parte do conglomerado Randon e tem também fábricas em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, nos Estados Unidos e na China. Em 2016, as exportações e a produção fora do país responderam por 55% de sua receita, que alcançou 182 milhões de dólares, valor 1,6% inferior ao de 2015. Impulsionado pelos mercados das Américas e da Europa, o desempenho no exterior ajudou a Fras-le a se destacar em mais um ano ruim para a indústria automobilística no país. Em 2016, a produção de veículos caiu 11% em relação ao ano anterior. “A Fras-le tem uma estrutura de negócios que a torna menos sensível às variações de mercado”, diz Carvalho. “Mesmo que a produção das montadoras tenha caído bastante no último ano, atuamos fortemente no mercado de reposição e nas exportações.”
Uma das metas da Fras-le é ampliar sua presença no mercado externo. “Existem continentes que ainda não atendemos e nos quais vemos grandes possibilidades, tanto no mercado de montadoras quanto na reposição”, diz Carvalho. Até 2018, a Fras-le quer expandir a presença na América do Sul de forma orgânica e por meio de aquisições, além de reforçar a atuação na Ásia. Ainda neste ano a empresa deverá concluir também a modernização de sua fábrica na China, aumentando em 20% a capacidade de produção nesse país. “A operação vai abastecer o mercado chinês e permitir a exportação para a Europa”, afirma Carvalho.
Além da diversificação geográfica, a Fras-le conta com um amplo portfólio de produtos — são 12 000 itens em freios —, possibilitando moldar a produção de acordo com a demanda do mercado. No último ano, com a queda das vendas para as montadoras, 88% do volume produzido foi destinado ao mercado de reposição de autopeças. Na linha de veículos pesados, como ônibus e caminhões, a Fras-le mantém atuação forte nas duas frentes do mercado. Já na linha de veículos leves, boa parte da produção ainda se concentra no mercado de reposição de peças.
Para ampliar o fornecimento às montadoras de automóveis e picapes, a Fras-le anunciou, no final de 2016, a aquisição do controle de uma concorrente: a fábrica de sistemas de freios Federal-Mogul, localizada em Sorocaba, no interior paulista. O negócio ainda está em processo de análise no Cade, órgão de defesa da concorrência. Se aprovada, a operação vai aumentar o mercado da Fras-le na área de pastilhas de freio. “Com a Mogul, vamos alcançar uma posição melhor no fornecimento para as montadoras de carros”, afirma Carvalho.
Fonte: Exame
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