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Empresa mineira de gusa fecha a 1ª venda de crédito de carbono.
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A mineira Plantar Carbon, empresa do grupo Plantar, registrou junto à Organização das Nações Unidas (ONU), o primeiro projeto de créditos de carbono de reflorestamento de eucalipto voltado para produção de ferro- gusa do mundo. O processo para aprovação demorou 10 anos e foi formalizado na última sexta-feira.
A empresa pretende, em 30 anos, remover aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera. O primeiro acordo de comercialização dos créditos foi fechado com o Banco Mundial. Foram vendidos 1,5 milhão de toneladas de CO2 por US$ 5 milhões.
O Protocolo de Quioto trouxe a possibilidade de utilização de mecanismos de mercado, para que os países desenvolvidos possam cumprir os compromissos quantificados de redução e limitação de emissão de gases de efeito estufa. No caso do Brasil, a participação ocorre por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), única ferramenta do Protocolo de Quioto que admite a participação voluntária de países em desenvolvimento.
O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões (RCEs), para serem utilizadas pelos países desenvolvidos como suplemento para cumprirem suas metas.
O projeto de reflorestamento da Plantar foi registrado pelo Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto. De acordo com o gerente da Plantar Carbon, Fábio Marques, a aprovação do projeto abre espaço para que esse modelo sustentável de operações da companhia seja seguido por outros grupos do setor.
“Vamos agora aproveitar o know-how da empresa para prestar consultoria a terceiros”, afirmou. O projeto aprovado é para uma área plantada de 11 mil hectares. O crédito florestal é menos valorizado que outros. Além de enfrentar restrições na Europa, ele é resultado da remoção do CO2 e não de sua exclusão. No caso da emissão de gases causadores do efeito estufa em ambientes industriais, o que o ocorre é a redução da emissão - o sequestro do gás - e, por isso, é mais valorizado. O crédito vale 13 euros por tonelada.
Sindifer vê ‘preconceito hediondo’
A falta de linhas de crédito para os produtores de ferro-gusa do Estado ocorre há 40 anos, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer), Paulino Cícero. Ele afirmou que o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) pratica um “preconceito hediondo” contra o segmento, já que possui linhas para reflorestamento, mas não aprova projetos de guseiros.
De acordo com ele, “a indústria madeireira, química, moveleira, de celulose e ferro-ligas contratam o crédito, mas quando o projeto é para gusa, eles não aprovam”, disse.
O BDMG, por outro lado, garantiu que até agosto deste ano, desembolsou cerca de R$ 7 milhões para atividades de reflorestamento, compreendendo duas linhas de financiamento - o Pro-Flora, do BNDES, e o Pró-Floresta, fundo estadual que é liberado conforme o orçamento anual.
O banco informou que os empresários do setor de ferro-gusa não apenas podem contrair os empréstimos, como existem projetos já financiados pelo banco. A instituição cita ainda outra linha, o BNDES Florestal, que vai aplicar, até o final deste ano, cerca de R$ 20 milhões.
De acordo Paulino Cícero, o sindicato está traçando uma estratégia, em parceria com a Fiemg e CNI, para alterar a postura do banco. O plano será apresentado ao Governo de Minas, após as eleições, e tem o objetivo de disponibilizar recursos para investimentos em florestas energéticas.
O setor está concentrado em Sete Lagoas e Divinópolis. No total, são 106 altos-fornos, mas hoje apenas 23 estão operando em virtude da desvalorização do gusa no mercado externo. A produção já atingiu em Minas 5 milhões de toneladas ao ano, porém hoje o ritmo está abaixo de 3 milhões.
Fonte: Hoje em Dia
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