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Alta das exportações de ferro-gusa garantem produção do setor em 2020

Publicada em 2020-09-09



Segundo divulgado no jornal Diário do Comércio em 2 de setembro de 2020, a produção da indústria mineira de ferro-gusa deverá fechar o ao no mesmo nível de 2019, graças às exportações para países como China, Estados Unidos, Espanha, Itália e Japão.

De acordo com Fausto Varela, presidente do SINDIFER – Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais, as encomendas internacionais, que historicamente representam 50% das vendas do setor, este ano já chegam a 70% do total, na média.

“Há mais de 40 anos temos certo equilíbrio entre os mercados nacional e internacional, variando quando há aumento ou retração em um deles. Desta vez, a diferença está perdurando e em alguns meses foi superior a 70%”, explicou.

Em relação ao destino das exportações brasileiras, Varela pontua que com os fortes efeitos da pandemia nos Estados Unidos, o país perdeu a liderança para a China, cujos pedidos recuaram no início do ano, quando a doença ainda se restringia apenas ao continente asiático, mas já se recuperou. “Os Estados Unidos lideravam com cerca de 35% das compras. Agora a China está concentrando entre 50% e 60% dos pedidos”.

Diante deste cenário, o setor deve encerrar 2020 com a produção ao redor de 3,5 milhões de toneladas. Antes da pandemia, a estimativa era de alta de 10% sobre esse volume.

Apesar do bom nível de produção do setor, Varela ressalta que o parque guseiro está sofrendo com a alta dos preços do minério de ferro e do carvão. Segundo ele, o cenário de preços baixos e custos elevados prejudica a competitividade do setor há anos, uma vez que nem sempre as indústrias conseguem repassar os preços, convivendo com margens cada vez menores.

 Indústria de fundição teme risco de desabastecimento de ferro-gusa

Do lado da fundição brasileira, grande consumidora de gusa, o temor é de desabastecimento da matéria-prima, justamente porque a retomada de alguns países antes do nosso fez com que a demanda externa encontrasse no Brasil uma fonte disposta a exportar, com preços muito competitivos.

Como resultado, os preços de insumos como o ferro-gusa estão crescendo de forma exponencial, de forma que o repasse destes custos para o cliente final é iminente.


Fonte: ABIFA – Associação Brasileira de Fundição