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Até onde vai o preço do minério de ferro e como fica a Vale?

Publicada em 2020-12-29



Com a forte demanda chinesa e a previsão de oferta reduzida no início do ano, o minério de ferro vem batendo recordes de preço. Em 2020, a tonelada deve fechar pela primeira vez, desde 2013, acima dos US$ 100.

Segundo estudo S&P Global Platts, divulgado pelo Financial Times, o minério de ferro foi a commodity que apresentou melhor desempenho em 2020, tendo valorização superior a do ouro.

De fato, o minério de ferro era cotado, em 2 de janeiro, a US$ 88,02. Em 22 de dezembro, fechou em US$ 170. O que dá uma valorização de 93%.

Ao passo que o ouro foi de US$ 1.555,20 a onça-troy para US$ 1.866,75 no mesmo período, com valorização de 21%.

A tendência deve se manter em 2021, afirmam os especialistas.

Neste ano, a demanda chinesa por minério de ferro tende a ser mantida, para sustentar o crescimento do país.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a previsão de crescimento econômico chinês para 8%, com base no aumento da demanda doméstica e na vacinação contra o  coronavírus.

“O preço do minério de ferro vai seguir em alta, com a demanda firme pela China”, diz o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset. Para ele, ainda no primeiro trimestre, a tonelada deve ficar na casa dos US$ 150.

Para o Bradesco BBI, as estimativas de preço do minério para 2021, 2022 e 2023 são, respectivamente, US$ 120, US$ 90 e US$ 80. “Prevemos um déficit de aproximadamente 80 milhões de toneladas no mercado global de minério de ferro em 2021. Isso impulsionado pela forte demanda chinesa (+ 4%), recuperação na Ásia e Europa e desempenho inferior da oferta.”

 

minério

Reprodução/Trading Economics

 

Eles afirmam que os preços devem se sustentar acima dos US$ 100 ao longo do ano. Além da China, o banco aponta que outras regiões devem ter crescimento no consumo do minério.

“A produção de aço chinesa deve crescer 4% em 2021, após um 2020 já muito forte. Além disso, outras importantes regiões consumidoras, como Sudeste Asiático e Europa, provavelmente se recuperarão. Isto graças aos estímulos fiscais e à normalização econômica pós-Covid-19.”

Desempenho das empresas brasileiras

No Brasil, a demanda pelo minério repercute no crescimento das empresas de mineração e siderurgia. Elas foram impulsionadas pela demanda crescente por commodities no mercado externo. E também pela alta do dólar ante o real.

“Em função da pandemia, tínhamos incerteza quanto à demanda. E estamos conseguindo sair em uma situação de crescimento. Do ponto de vista da mineração, em especial, a recuperação foi acima do esperado”, explica Luciano Borges, ex-secretário nacional de Minas e Energia.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) aponta que o saldo entre exportação e importação correspondeu a 45,5% de todo o saldo comercial do Brasil no período.

O faturamento da indústria foi de R$ 50 bilhões. E a produção, em 287 milhões de toneladas de minérios. O valor supera o registrado no segundo trimestre e também no terceiro trimestre de 2019.

A Vale tem sido, seguramente, uma das mais beneficiadas pela junção de demanda chinesa e dólar em alta.

A receita líquida no terceiro trimestre da empresa atingiu R$ 58 bilhões. Isto representa alta de 43% sobre o segundo trimestre do ano. E no mesmo tamanho em relação ao terceiro trimestre de 2019.

Diante da forte evolução do faturamento e estratégia de contenção de custos, a empresa registrou Ebitda no terceiro trimestre de R$ 33 bilhões, com alta de 81% sobre o segundo trimestre.

Já o resultado financeiro, com sua baixa exposição em dívidas, também ajudou a apurar um lucro líquido de R$ 15,6 bilhões, um dos melhores resultados da história da empresa.

Vale: dividendos em 2021

Dentro desse cenário, vai se confirmando a perspectiva de que a companhia pagará dividendos robustos nos próximos meses.

“Em 2021, ela deve ser uma das boas pagadoras de dividendos, com dividend yield acima de 10%. Além de continuar apresentando desalavancagem”, aponta Galdi.

Em sua opinião, o resultado superou expectativas, apesar da piora do cenário econômico global, com a Covid-19.

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Fonte: EQI