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Mercado de sucatas ferrosas encerra julho com exportações em alta e redução de preços no mercado interno

Publicada em 2021-08-25



As exportações de sucata ferrosa totalizaram 45.082 t em julho, mantendo a estabilidade em relação ao mês anterior. Em comparação a julho de 2020 (76.460 t), observa-se uma queda de -41,04% no volume embarcado, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

As importações de sucatas ferrosas, por sua vez, ficaram em torno de 11 mil t em julho. Esse volume é inferior aos registrados de janeiro a abril, quando foram superiores a 35 mil t/mês. O pico foi em fevereiro, quando ultrapassou 63 mil t.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do INESFA – Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço, o bom volume de exportações desde junho, após um período de retração no primeiro trimestre, se deve principalmente às baixas nos preços pagos pelas usinas siderúrgicas no Brasil.

“As siderúrgicas brasileiras com características de oligopsônio (poucos compradores) reduzem os preços, restando como opção os mercados conquistados fora do país; alternativa fundamental para garantir a subsistência da cadeia da reciclagem”. Conforme dados da S&P Global Platts, as siderúrgicas estão com bons estoques de sucata e, com isso, vêm pressionando a redução dos preços das matérias-primas.

Outro ponto colocado pelo INESFA, é a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou inconstitucional o artigo 48, da Lei 11.196/2005, derrubando a isenção do PIS/COFINS nas operações de venda de materiais recicláveis à indústria de transformação, existente há 15 anos. “Isso tende a desestimular o ciclo da cadeia produtiva e impactar na coleta e comercialização de insumos com possíveis novas baixas de preços”.

Nas palavras de Alvarenga, “caso não haja reversão dessa decisão, teremos um enorme retrocesso na reciclagem e preservação do meio ambiente, trazendo enormes prejuízos às empresas e, principalmente, aos catadores.”

A expectativa é que as exportações de sucatas ferrosas continuem em ritmo crescente, porém abaixo da média anual de 2019 e 2020. “As empresas processadoras seguem priorizando o mercado interno nas vendas de sucata, destinando mais de 90% da produção às usinas siderúrgicas locais”, de acordo com o INESFA.

Ainda segundo a entidade, o consumo de sucata no Brasil vem reagindo desde o final do ano passado, puxado pela forte retomada da indústria da construção civil e maior demanda por aço, podendo superar 9 milhões de toneladas neste ano; +13,1% acima de 2020.


Fonte: ABIFA – Associação Brasileira de Fundição