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Crise na economia ainda afeta setor de ferro-gusa
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A crise financeira mundial de 2008 ainda mantém seus efeitos negativos no setor de ferro-gusa. No Maranhão, as sete siderúrgicas, que já chegaram a produzir 1,8 milhão de toneladas, mantêm, atualmente, uma capacidade que não ultrapassa 30%, ou seja, em torno de 540 mil toneladas.
“Vivemos uma crise profunda. Nem mesmo se a Vale nos desse o minério de ferro de graça não teríamos como sobreviver”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro-Gusa (Sifema), Cláudio Azevedo, definindo assim a atual situação do setor.
O grande problema hoje do setor de ferro-gusa, além dos fatores câmbio e preço elevado do minério de ferro, é a falta de mercado, principalmente dos Estados Unidos, que eram o maior comprador do produto exportado pelas siderúrgicas maranhenses.
A situação é tão crítica, que, hoje, as quatro siderúrgicas ainda com fornos em operação no estado estão com disponibilidade de 250 mil toneladas de ferro-gusa em estoque, nos pátios, mas sem comprador. A expectativa do setor, de que o mercado americano reagisse e voltasse a importar ferro-gusa a partir do segundo semestre deste ano, não se confirmou. “Não temos mercado nem comprador”, lamentou o presidente do Sifema.
Segundo o Sifema, das sete usinas instaladas no estado, que, juntas, reúnem 19 altos-fornos, três estão com as atividades paralisadas – Simasa, Pindaré e Cosima - e as quatro restantes (Gusa Nordeste, Viena, Margusa e Fergumar) estão operando com oito altos-fornos, ainda assim com metade da capacidade de produção.
Para compensar a perda das exportações para o exterior, o setor até tentou, no auge da crise financeira mundial, redirecionar a produção de ferro-gusa para o mercado interno, especialmente para o eixo Minas Gerais/São Paulo. A alternativa, porém, encontrou entraves, como o elevado valor do frete no transporte por rodovias.
Para piorar o cenário, o setor de ferro-gusa reclama que a taxa cambial brasileira tem prejudicado o valor das exportações do produto. Há quatro anos, quando o dólar era cotado a R$ 3,00, a tonelada de ferro-gusa era vendida para o mercado internacional por R$ 1.200,00. Hoje, não passa de R$ 660,00 a tonelada.
Outro fator que agrava a crise das siderúrgicas maranhenses é a questão do alto preço do minério. Hoje, o principal insumo para a produção de ferro-gusa é comprado por US$ 93,00 a tonelada, sem falar no aumento do preço da energia elétrica e outros itens consumidos pelas usinas.
Os prejuízos causados pela crise no setor siderúrgico não se restringe somente aos empresários do setor. Toda a cadeia perde – produção de ferro-gusa, carvoarias, reflorestamento –, com impactos na economia.
Antes da crise, o setor chegou a gerar 31 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva. Atualmente, o quadro de mão-de-obra está limitado a 5 mil trabalhadores. “Nas siderúrgicas, onde já tivemos seis mil empregados, o quadro foi reduzido para duas mil pessoas”, calculou Cláudio Azevedo.
Números
1,8 milhão de toneladas era a produção de ferro-gusa antes da crise;
540 mil toneladas é o atual nível de produção das guserias;
250 mil toneladas é a produção em estoque sem mercado
Fonte: Arrara Azul
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