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Alta demanda e custos pressionam preços do gusa
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Os preços do ferro-gusa continuam em patamares elevados diante da pressão no mercado internacional provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O Brasil lidera os negócios do setor ao lado desses países, que há mais de dois meses diminuíram drasticamente a produção e o fornecimento do insumo, em função do conflito no Leste europeu. Em Minas Gerais, o cenário não é diferente. O Estado tem visto a demanda aumentar consideravelmente, mas os custos de produção também seguem elevados.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado, o aumento dos custos de produção já chega a 49% desde o início do ano. Já os repasses são mensurados aos poucos, porque as comercializações são feitas para entregas futuras. Segundo ele, o reajuste até aqui gira em torno de 47%.
“Ou seja, as margens estão estáveis. E a maior motivação dessa mudança veio da guerra, que provocou elevação das commodities, inclusive do gusa. Com o conflito, a Ucrânia praticamente saiu do mercado e a Rússia reduziu em função das sanções, abrindo mais espaço para o Brasil. Do lado do custo de produção, houve também a alta dos preços do minério de ferro e do carvão vegetal, ambos também dolarizados”, explicou.
Diante do movimento, a expectativa do setor em Minas é alcançar a produção de 4,35 milhões de toneladas de ferro-gusa em 2022. No ano passado, as siderúrgicas mineiras somaram 4,07 milhões. Caso a projeção se confirme, haverá incremento de cerca de 7% de um exercício para outro. Mas, conforme Cançado, já há quem diga que esse desempenho pode evoluir para 10%, diante do incremento da demanda. Ele prefere ser cauteloso e aguardar novos desdobramentos da guerra. “Temos que ver como o mercado vai se comportar após o cessar fogo”, pondera.
De toda maneira, o resultado representará mais um recorde para Minas Gerais. Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, em junho do ano passado, o dirigente disse que a produção de 2021 deveria superar as 3,9 milhões de toneladas de 2020, até então, o maior volume do setor em 12 anos – o que se confirmou.
Setor de ferro-gusa em Minas Gerais
O Estado conta com 45 indústrias do setor, que geram cerca de 9 mil empregos. Do total produzido em Minas, metade vai para as fundições e o restante para aciarias e mercado externo. Entre os principais destinos estão: Estados Unidos, China, Países Baixos e Turquia.
Diante de tamanha elevação, novos investimentos poderão ser anunciadosem breve por parte das siderúrgicas. Porém, o presidente Sindifer-MG alerta que o contexto é transitório e as empresas precisam ser cautelosas de maneira a não tomarem decisões diante de uma demanda que pode não ser concretizada.
“São projetos que precisam ser muito bem estudados, porque demandam volumes maiores de aportes. É preciso primeiro entender se o cenário vai permanecer. Algo que já sabemos é que mesmo quando terminar a guerra, a Ucrânia possivelmente vai ter mais dificuldade de retornar, já que houve muitos ataques a siderúrgicas. A Rússia também tem um futuro imprevisível. É preciso observar e acompanhar os desdobramentos”, avaliou.
Fonte: Diário do Comércio
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