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Liga de alumínio automotivo é feita com 50% menos energia
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Alumínio automotivo
Engenheiros conseguiram reduzir pela metade a energia necessária para processar a liga de alumínio preferida pela indústria automotiva.
Veículos mais leves podem viajar mais longe gastando menos energia - seja combustível líquido ou baterias -, o que tem aumentado muito a demanda por componentes automotivos mais leves.
[Imagem: Tianhao Wang et al. - 10.1016/j.matdes.2021.110374]
As ligas de alumínio de alto desempenho, como a liga 7075, estão entre as opções mais leves e mais resistentes, mas exigem uma produção com uso intensivo de energia, o que eleva seus custos e, portanto, limita seu uso.
Isso agora pode mudar, graças a uma tecnologia criada por engenheiros do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL), nos EUA. A tecnologia está incorporada em um equipamento que a equipe batizou de Shape, sigla em inglês para "processamento assistido por cisalhamento e extrusão".
A grande vantagem é a eliminação dos passos de tratamento a quente no processo de produção da liga de alumínio, resultando em uma economia de energia mais do que significativa, além de uma redução na emissão de poluentes.

[Imagem: Tianhao Wang et al. - 10.1016/j.matdes.2021.110374]
Fabricação de uma liga metálica
Assim como assar um bolo, a fabricação de metais depende de ingredientes bem misturados e muito calor. A produção metalúrgica convencional usa calor para derreter em conjunto os metais individuais e os elementos de liga, como alumínio, cobre ou magnésio, para criar ligas mais leves, mais fortes ou mais fáceis de formar.
Se esses elementos não estiverem bem misturados, podem surgir rachaduras e fraturas que comprometem as propriedades do metal final, assim como uma massa de bolo mal misturada e grumosa resultará em um bolo que se desmancha. Na produção de metais, o calor é usado para garantir que os elementos metálicos individuais em uma liga sejam bem misturados durante uma etapa chamada homogeneização.
Durante a homogeneização, grandes fundidos de metal, chamados tarugos, são aquecidos a quase 500 ºC por até 24 horas, tornando esta uma das etapas mais intensivas em energia. Esta etapa de tratamento térmico dissolve agregados - semelhantes aos grumos na massa de bolo - no tarugo para garantir que todos os elementos metálicos sejam distribuídos uniformemente - ou homogeneizados.
Após a homogeneização, as hastes metálicas passam por um aquecimento adicional e adquirem o formato definitivo em uma etapa chamada extrusão.

[Imagem: Cortland Johnson/PNNL]
Homogeneização sem fusão
A técnica Shape elimina a necessidade das etapas separadas de homogeneização e extrusão combinando aquecimento e deformação - a mudança na forma do próprio metal.
Na máquina construída pela equipe, o tarugo metálico é empurrado através de uma pequena abertura em uma matriz que simultaneamente gira. Juntos, o movimento rotacional e a deformação misturam completamente os elementos metálicos à medida que são extrudados - essencialmente, o processo homogeneiza o tarugo metálico em poucos segundos, imediatamente antes de ele ser extrudado.
Isso elimina a necessidade da etapa de pré-aquecimento e homogeneização, que hoje dura um dia inteiro, o que significa que nenhuma energia adicional é usada para aquecer o tarugo durante a extrusão. No total, isso resulta em uma economia de energia de até 50%.
"Demos uma olhada mais de perto usando um microscópio eletrônico e vimos que a Shape quebra os agregados da liga e os dissolve na matriz de alumínio antes da extrusão, tornando-a mais extrudável," disse o pesquisador Tianhao Wang. "Isso se traduz em melhor desempenho - nossas ligas de alumínio 7075 são mais fortes e se estendem bem mais antes de quebrar."
Artigo: Extrusion of Unhomogenized Castings of 7075 Aluminum via ShAPE
Autores: Tianhao Wang, Julian Escobar Atehortua, Miao Song, Md Reza-E-Rabby, Brandon Scott Taysom, Josh Silverstein, Timothy Roosendaal, Darrell Herling, Scott Whalen
Revista: Materials & Design
Vol.: 213, 110374
DOI: 10.1016/j.matdes.2021.110374
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