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A descoberta da mineração baiana que vai revolucionar o setor em 2023
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A produção mineral na Bahia está de vento em popa e este ano vai tirar da manga uma descoberta que promete elevar o setor no ranking dos estados que mais faturam. Ao BadeValor, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, revelou que uma grande província mineral no extremo Norte do estado aponta para tempos de glória que fará com que os R$ 10,2 bilhões faturados em 2022 sejam superados em 2023.
As cidades que estão no radar da Companhia são Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes e Remanso. “Estima-se que a área possa chegar a mais de 100 km de extensão e tenha potencial para níquel, cobre, cobalto, ouro, prata e outros bens minerais. A descoberta é fruto do importante e extenso trabalho desenvolvido na pesquisa mineral da CBPM garantindo ainda mais sucesso para a mineração da Bahia, que com essa descoberta poderá vir a ser a segunda colocada na produção mineral do Brasil”, disse Tramm.
Investimentos
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), aproximadamente US$6 bilhões de dólares serão investidos no setor entre 2022 e 2026, o equivalente a quase R$ 30 bilhões de reais. Entre as empresas que estão investindo na mineração baiana está a Equinox Gold, que é parceira da CBPM. A mineradora investiu mais de 100 milhões de dólares na construção de uma nova planta industrial na cidade de Santaluz (a 212 km de Salvador), e tem a expectativa de produzir três toneladas de ouro por ano.
Outra empresa com grande previsão de investimentos no estado é a Bamin, a mineradora ampliou o plano de investimentos na Bahia de R$ 14 bi para R$ 20 bilhões até 2026. A companhia também aumentou o plano de produção de minério de ferro, de 18 milhões de toneladas para 26 milhões de toneladas, por ano, a partir de 2026, quando estiverem em operação o Trecho 1 da Ferrovia Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul.
Ranking
Atualmente, a Bahia mantém a posição como o terceiro maior produtor mineral. O Pará e Minas são os grandes produtores de minério de ferro, então ainda irá levar um tempo para que o estado mude de posição, mas com as novas descobertas e também com os investimentos e soluções para o isolamento logístico, o presidente da CBPM acredita que alcançarão o topo.
Presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm
A Bahia é um estado com uma grande diversidade mineral. Em 2022 produzimos quase 50 tipos de substâncias minerais. Somos o único produtor de vanádio da América, o único produtor de urânio do Brasil e líder em mais de uma dezena de substâncias minerais como talco, diamante, mármore, dentre outros bens minerais. E com as novas possibilidades ficaremos ainda mais competitivos
Logística é um problema
Como gargalo do setor, o presidente da CBPM aponta à logística como principal problema a ser enfrentando. “Esse é um ponto crucial para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do nosso estado, é uma solução eficaz para o nosso isolamento logístico. E está confirmado: temos carga para fazer essa ‘revolução’ logística, como comprova o estudo encomendado pela CBPM à Fundação Dom Cabral, instituição tem uma experiência de mais de 40 anos, e que também desenvolveu o Plano Estratégico de Ferrovias para o estado de Minas Gerais”.
Outro gargalo é a falta de trens, uma realidade que há tempos é questionada pela CVPM. “Defendemos a importância desse modal para o crescimento do nosso estado e para a maior competitividade dos nossos produtos, principalmente ao integrar a ferrovia aos 11 portos e terminais de uso privado (TUPs). Com certeza todo esse trabalho e esforço irão levar a mineração baiana para uma nova etapa de modernidade e prosperidade”, ressalta Tramm.
Segundo ele, além de resolver o problema de logística e investimentos em pesquisa, é preciso também ocorrer uma desburocratização e modernização na atuação de alguns órgãos ligados ao setor, como é o caso da Agência Nacional de Mineração (ANM). “A ampliação na estrutura e desburocratização do órgão é essencial para dar mais dinamismo à atividade e aprimorar o processo de fiscalização do setor que hoje é muito deficiente e que sofre com a falta de profissionais para atender toda a demanda”, completa.
Balanço de 2022
A produção mineral comercializada da Bahia alcançou, em 2022, os R$10,2 bilhões de reais. O valor é 7% maior que o registrado em 2021, quando a soma atingiu os R$9,6 bilhões, conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE). Os números alcançados vão de encontro à tendência nacional do setor que encerrou o ano com queda de mais de 26%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Embora os dados sobre os impactos do setor no Produto Interno Bruto estadual ainda estejam sendo computados, em 2021, a mineração baiana registrou a participação de 3% no PIB, sendo a maior participação já registrada pelo setor.
Conforme o Sumário Mineral, produzido pela SDE, os principais bens minerais produzidos foram ouro (29%), cobre (23%) e níquel (18%). E os municípios de Jacobina (17%), Itagibá (17%) e Jaguarari (12%) foram os que tiveram a maior participação na Produção Mineral Comercializada.
Fonte: badevalor.com.br
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