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Incertezas na indústria guseira.
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O setor de gusa começou a verificar recuperação neste mês. Dos 106 altos-fornos instalados no Estado já estão funcionando entre 45 e 50 equipamentos e a produção, que está próxima de 75% da média histórica, é impulsionada pela demanda por parte do segmento da fundição e pedidos internacionais, conforme informou o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Paulino Cícero de Vasconcellos. Apesar disso, manutenção da depreciação do dólar preocupa os guseiros.
Desde a eclosão da crise financeira global em 2008 o setor enfrenta uma das piores crises já registradas na história. Até setembro último chegou a ser verificado apenas 23 altos-fornos em funcionamento, conforme já havia informado o presidente da entidade.
A crise do parque guseiro foi agravada no início terceiro trimestre deste ano. Além da paralisação das exportações do insumo, a alta de aproximadamente 130% nos preços do minério de ferro inviabilizou a continuidade da produção em algumas usinas no Estado. Com o cenário negativo, a Vale S/A chegou a conceder desconto de até 38% na tabela para o setor, conforme já publicado.
No Estado já foram verificadas cerca de 400 demissões a partir do terceiro trimestre. Além disso, centenas de trabalhadores ficaram em férias coletivas nos principais polos guseiros de Minas, sendo Sete Lagoas e Itaúna, na região Central do Estado.
Conforme Vasconcellos, no final de outubro foi verificada pequena melhora no volume de negócios do setor. "Houve incremento na produção, que está em aproximadamente 75% da média histórica", afirmou. A média de produção de ferro-gusa em Minas é de 450 mil toneladas/ano.
A melhora foi impulsionada pela demanda do gusa voltado para o setor de fundição. Segundo o presidente da entidade, foi verificado incremento na demanda em virtude do aquecimento na produção da indústria automotiva.
Conforme último balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no acumulado até outubro foram produzidos 3,04 milhões de veículos, contra 2,64 milhões nos primeiros 10 meses de 2010. O resultado representa incremento de 15,3% na base de comparação.
Além disso, foram verificados alguns contratos de exportação por parte das siderúrgicas mineiras nas últimas semanas, segundo o presidente do sindicato. A paralisação das vendas externas foi o principal fator que levou o parque guseiro a crise.
Em 2010, o parque guseiro em Minas Gerais deverá registar queda de 50% no volume de negócio na comparação com o exercício passado, conforme perspectivas do presidente da entidade.
As perspectivas para 2011 são de melhora no volume de negócios. Apesar disso, recuperação do setor de ferro-gusa em 2011 dependerá da retomada do consumo por parte de siderúrgicas e das exportações, conforme informou o presidente
Mesmo com o incremento verificado neste mês, Vasconcellos afirmou que a recuperação consolidada ainda depende de alguns fatores para ocorrer. Entre elas está a retomada da demanda externa, que apesar de alguns negócios verificados neste mês, ainda está em patamares considerados baixos.
Outro fator que vem preocupando o setor é sobrevalorização do real frente ao dólar, que vem impactando a receita com as exportações. " preciso que o dólar saia deste patamar de R$ 1,70 para melhorar a remuneração", disse.
Vasconcellos lembrou que o cenário é agravado pelos preços do gusa praticados no mercado internacional. Os valores negociados chegaram a cair pela metade após a crise financeira.
A retomada da demanda pelo gusa de aciaria, segundo o presidente do sindicato, também é um ponto importante para a recuperação. O insumo siderúrgico respondia até a eclosão da crise pela maior parte da produção do setor em Minas Gerais.
Vasconcellos lembrou que no caso das siderúrgicas nacionais, as importações de aço estão impactando as margens de lucro. Com os desembarques, houve uma sobreoferta no mercado doméstico, o que derrubou os preços negociados no país.
Fonte: DC -16/11/10
Fonte: Grupo Elo
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