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Guseiros independentes de Minas voltam a exportar em novembro.
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Retomar o comércio internacional ainda em novembro é a esperança dos produtores independentes de ferro-gusa (matéria-prima da fabricação de aço) de Minas Gerais que não se recuperaram dos duros efeitos da crise financeira mundial. As empresas do setor trabalham no momento com metade da capacidade instalada de produção e mantêm em operação 45% dos seus 106 fornos no estado, informou ontem o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro em Minas (Sindifer-MG), Paulino Cícero de Vasconcelos. Estão praticamente acertados três novos contratos de exportação, somando 90 mil toneladas de gusa para ser embarcadas entre o fim deste mês e dezembro, negócio que marca o retorno das empresas a um mercado consumidor antigo, afetado pela turbulência na economia.
Os embarques representam, ainda, a volta às vendas pelo Cais de Paul, em Vila Velha, no litoral do Espírito Santo, tradicional ponto de escoamento da produção mineira, que há quase dois anos não é usado pelas empresas de gusa em decorrência da paralisação dos serviços de alfândega. Segundo Paulino Cícero, a autorização para a regularização do serviço já foi pedida à Codesa, a autoridade portuária local. “Estamos namorando esses contratos com muita fé, depois de meses seguidos sem perspectivas de vender no mercado externo”, afirma. O setor chegou a enfrentar queda de mais de 80% da produção histórica, de 450 mil toneladas mensais de gusa, das quais cerca de 50% tinham como destino clientes no exterior.
Desde então, as exportações só ocorreram em quantidades muito pequenas, segundo o presidente do Sindifer. “Houve momentos, entre janeiro e maio, em que atendemos apenas as empresas de fundição (boa parte da produção abastece as aciarias)”, diz. O gusa produzido em Minas foi exportado nos últimos 50 anos pelo Cais de Paul, administrado entre 1942 e 2007 pela Vale, que deixou de ser a concessionária do terminal portuário. Há pouco menos de dois anos, por meio de acordo com a mineradora, as empresas guseiras de Minas compraram os equipamentos instalados no terminal por R$ 6 milhões – dos quais R$ 2 milhões foram pagos – para assumir os embarque por meio de novo operador.
Demissões
Em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, principal polo guseiro do estado, a expectativa é grande de que as empresas do setor retomem as exportações, diante de nova leva de demissões, informou o presidente do sindicato local de metalúrgicos, Ernane Geraldo Dias. Contadas desde julho, as rescisões trabalhistas homologadas na instituição devem somar 570 demissões. “Acredito que as dispensas em toda a indústria do gusa (considerando aquelas demissões relativas aos trabalhadores com mais de um ano em serviço, feitas nas empresas) atingiram 2,2 mil trabalhadores”, afirma.
Carvão mineral
A Usiminas informou nessa terça-feira que vai usar os estoques de carvão mineral de que dispõe nas usinas de Ipatinga, no Vale do Aço, e Cubatão (SP) para manter o ritmo da produção de aço, depois da queda de dois guindastes que descarregam o insumo no Porto de Praia Mole, em Vitória. As estruturas foram derrubadas por uma forte chuva na quinta-feira.
Fonte: Estado de Minas
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