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CSA fica sem licença de operação por tempo indeterminado
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A ThyssenKrupp CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico não vai receber a licença de operação, inicialmente prevista para fevereiro deste ano, até que cumpra todas as exigências feitas pela Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.
O acidente registrado em 26 de dezembro – o segundo que emitiu partículas na atmosfera em seis meses – foi o ponto de partida para a realização de uma série de exigências.
Nesta quarta-feira, foi iniciada uma auditoria ambiental, que deverá levar de um a dois meses para ser concluída. Para isso, a Secretaria contratou a concorrente Usiminas. As orientações realizadas pela auditoria também vão se transformar em pré-condições para a obtenção da licença de operação.
Atualmente, a siderúrgica está em fase de testes. De acordo com o secretário e ex-ministro Carlos Minc, o objetivo desta fase é justamente verificar se os sistemas estão funcionando bem. “A parte de emergências não funcionou. É vulnerável. Enquanto isso não estiver resolvido, não tem licença”, disse.
Minc afirmou não estar fazendo populismo ambiental. Admitiu que o Estado do Rio precisa sim dos empregos e da renda gerados pela usina, mas disse que não vai aceitar que isso seja feito “a qualquer custo”. “A gente quer emprego, mas quer saúde, Quer dinheiro, mas qualidade. O Rio não aceita isso a qualquer custo, e não aceita sonegação de informação”, afirmou.
Outro ponto que a companhia precisará melhorar diz respeito à máquina de lingotamento. Usualmente, ela é utilizada em siderúrgicas como opção para levar o ferro-gusa caso a aciaria não esteja funcionando. Apenas como terceira opção é utilizado o sistema de emergência.
Na CSA, desde o início da operação do primeiro alto-forno, em meados do ano passado, a lingotadeira não funciona. Segundo o secretário, a empresa já desistiu de tentar fazê-la funcionar.
O subsecretário e ex-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino Martins Pereira, afirmou que a CSA vai construir diversas lingotadeiras de menor porte para solucionar esse problema. Ele disse ainda que em relação ao sistema de emergência, a siderúrgica vai precisar descobrir qual a melhor forma de solucionar os problemas.
“Nem eles sabem ainda. Isso será apontado pela consultoria. É preciso analisar se o problema da emissão de partículas na atmosfera é gerado por erro ao manusear o sistema, pela quantidade de ferro gusa vertida, ou até mesmo se será preciso mudar todo o sistema de emergência”, disse.
O sistema utilizado atualmente, a céu aberto, acaba possibilitando que partículas sejam emitidas nas redondezas, que no caso de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, é totalmente habitada. Minc considerou esse sistema de emergência “um desastre ecológico de grandes proporções”.
Por Juliana Ennes
Fonte: Valor
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