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Guseiros em MG podem se associar à Vale.
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As siderúrgicas do parque guseiro de Minas Gerais podem negociar uma operação com a Vale S/A para alavancar os níveis de produção e venda do setor. A transação seria semelhante à tratativa da mineradora com os guseiros do Maranhão, feita em meados do ano passado. Na ocasião, as indústrias do segmento daquele Estado negociaram a compra de minério ferro da companhia, que, por sua vez, adquiriu relevante volume de ferro-gusa.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado, que confirmou o negócio entre a mineradora e empresas do Maranhão, a transação no Estado está em estudo, mas é mais complicada, já que existem outras mineradoras capazes de atender a atual demanda. 'Aqui, o mercado é mais diversificado.'
'A indústria de ferro-gusa do Maranhão vende praticamente toda a produção para o mercado externo. O único fornecedor capaz de atender a demanda por minério de ferro é a Vale. Em Minas, a operação poderia ser uma solução para melhorar a situação do setor, mas a situação é mais complexa. Existem outros players, e o mercado consumidor dos guseiros não depende apenas da demanda internacional', explicou.
Cançado revelou que o parque guseiro do Estado fechou 2010 com 50% de ociosidade. Entretanto, como houve um 'ligeiro' aquecimento da demanda externa, hoje o setor já opera com cerca de 56% da plena carga. 'Porém, ainda não é o momento de reativar os altos-fornos abafados porque o custo para isso é elevado e o período de chuvas está provocando a alta do carvão vegetal, o que encarece ainda mais a reativação', afirmou.
O setor, que no ápice da crise entre setembro de 2008 e março de 2009 chegou a manter apenas 23 dos 106 altos-fornos no Estado em atividade, conta atualmente com pouco mais de 50 equipamentos em operação. A crise do parque guseiro foi agravada no início do terceiro trimestre de 2010 porque, além da paralisação das exportações do insumo, a alta de aproximadamente 130% nos preços do minério de ferro inviabilizou a continuidade da produção em algumas usinas.
Crítica - Um especialista do mercado de mineração, que preferiu não se identificar, criticou a operação da Vale no Maranhão. 'A operação não é ilegal, no entanto, a mineradora ganha duplamente. Ela vende o minério de ferro para os guseiros, que aumentam a demanda pela commodity extraída pela Vale, única fornecedora do setor naquele estado e que ainda usa o mesmo porto, o Porto de Itaqui (MA), para embarcar os dois produtos', pontuou.
Para se ter uma ideia da ampliação da demanda por minério de ferro ocasionada pela operação, segundo a fonte, para a produção de cada tonelada de ferro-gusa é necessário 1,6 tonelada do insumo. O volume e os valores envolvidos na operação não foram informados, mas estima-se que a Vale ainda mantém um estoque de gusa comprado na transação.
A Vale, por meio da assessoria de comunicação, confirmou que 'comprou ferro-gusa de algumas empresas do Maranhão com o objetivo de aliviar o fluxo de caixa destas usinas, uma vez que o mercado consumidor são os Estados Unidos', que desde o final de 2008 lutam para dinamizar a economia ante a crise financeira mundial. Ainda segundo a mineradora, a companhia 'está evitando revender o produto adquirido na operação para o mesmo mercado do parque maranhense'.
Fonte: Diário do Comércio
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