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SETOR GUSEIRO VAI SE REERGUER EM 2011.

Publicada em 2011-01-27



O setor guseiro foi um dos segmentos que mais sentiram os reflexos da crise de 2008.

Mergulhados em crise, os Estados Unidos e a Europa reduziram drasticamente a quantidade de contratos e o volume contratado.

Em 2010, quando a estabilidade da economia nacional indicava a possibilidade de recuperação, a entrada de aço importado no país enterrou as previsões do segmento, que pretendia reativar seus altos-fornos.

Mas esse ano que se inicia, a expectativa é de melhoras. 2011 promete ser de retomada do setor de ferro-gusa. Com a recuperação dos preços no mercado internacional, ainda tímida, mas sentida desde o mês passado, os alto-fornos começam a ser religados.

Em dezembro, as encomendas do principal cliente, os Estados Unidos, voltaram a encher as carteiras de contratos dos produtores de gusa, que projetam reativar os 106 altos-fornos em Minas Gerais até o final do ano. Hoje, 30% estão inoperantes.

O Estado representa 60% do parque guseiro do Brasil. São cerca de 50 empreendimentos industriais, que faturam ao ano cerca de R$ 4 bilhões, sendo a metade originada de exportações. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado, a partir de dezembro a tendência o setor guseiro voltou a se estabelecer. “Começou em dezembro e agora, no início de janeiro, já existem outros em negociação”, diz.

A produção de ferro-gusa voltará a crescer, mas não atingir os índices de antes. A produção de gusa do período pré-crise era de cerca de 450 mil toneladas ao mês. No ano passado, chegou próximo a 220 mil toneladas mensais, um recuo de 104,5%. “Não vamos atingir os 450 mil este ano, mas vamos caminhar para chegar lá”, disse Cançado. A expectativa é que a produção alcance, pelo menos, 350 mil toneladas mensais.

Embora a produção seja incrementada, a rentabilidade dos negócios permanece comprometida. A situação cambial, com o real valorizado, deixou o retorno financeiro dos embarques menores. O gusa está cotado, hoje, a US$ 500 por tonelada. Na crise, chegou a valores próximos de US$ 200 e no pré-crise oscilava perto de R$ 600.

Continua, porém, a pressão de custo das matérias-primas dos guseiros – o carvão metalúrgico e o minério de ferro. Ambos foram reajustados em 2010 e com perspectivas de novas altas este ano.


Fonte: Catuana Notícias