Notícias

Brasil vai dobrar a produção de minério de ferro com operação de novos projetos.

Publicada em 2011-01-27



A mineração no Brasil pode cobrar até 2014 e a previsão do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) é que até lá as empresas instaladas no País produzirão 800 milhões de toneladas por ano. Se licenciados os novos projetos previstos para a região sul do Espírito Santo,  só no Estado serão produzidos em solo capixaba 99 milhões de toneladas de ferro por ano.

Em 2010, a produção foi de 370 milhões de toneladas, mas, diante dos investimentos na área e o início de operação de novos projetos, a previsão é que em 2011 a produção já atinja 420 milhões de toneladas /ano.

A informação assusta ambientalistas, diante da incapacidade das grandes empresas de conter a sua poluição e dos danos gerados na instalação de novos empreendimentos mineradores no País.

No Estado, são produtoras de minério a Vale, no Complexo de Tubarão, em Vitória, e a Samarco Mineração S/A, em Anchieta, no sul do Estado. Juntas, elas produzem atualmente 47,25 milhões de toneladas de ferro, mas, com a construção de novas usinas, a previsão é que a produção alcance 69.5 milhões de toneladas de ferro/ano, nos próximos anos.

A Samarco, que está em processo de licenciamento ambiental, irá construir uma quarta usina no sul do Estado, mesmo após a constatação de que a poluição na região já atingiu os limites máximos permitidos por lei. Com a quarta usina, a mineradora agregará á sua produção 8,25 milhões de toneladas/ano.

Já a Vale, que possui sete usinas, irá agregar à sua produção 7,5 milhões de toneladas de ferro após a construção – em andamento – da sua oitava usina. Além disso, está prevista a otimização das suas sete usinas. Segundo ambientalistas, a otimização equivalerá à construção de uma nona usina, Vale com capacidade para produzir 6,5 milhões de toneladas.

Diante da expansão do setor, a Associação Européia da Indústria Siderúrgica (Eurofer) chegou a cobrar atenção às atividades da Vale, conforme publicado pelo jornal Estado de S. Paulo, em abril de 2010.

A informação é que a Eurofer quer que a União Européia (UE) avalie a maior produtora mundial de minério de ferro, a Vale, e verifique se ela está abusando de sua posição dominante para fazer avançar o seu domínio no mercado.

Para o meio ambiente, nem o monopólio da Vale nem a expansão da Samarco podem ser chamadas de boas notícias. Além de poluir o ar com suas sete usinas ,a Vale quer construir no Estado a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), em Anchieta, com capacidade de produzir 5,2 milhões de toneladas de aço por ano e de emitir 9,7 a 10,7 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) no mesmo período.

Calcula-se que só a CSU produzirá 28,3% dos gases estufa de todas as siderúrgicas existentes no País, seguindo o Inventário Nacional dos Gases do Efeito Estufa.

Outro ponto também que incomoda ambientalistas, sobretudo os moradores da Grande Vitória, e deVila Velha em particular é o pó preto. Segundo publicado pelo jornal A Gazeta, desta terça (25), a emissão do pó preto na Grande Vitória aumentou.

Neste contexto, o que é chamado de terceiro ciclo de desenvolvimento pelo ex-governador Paulo Hartung, de fato nada tem a ver com o desenvolvimento do Estado, alertam os ambientalistas.

Ao todo, são despejados no ar da Grande Vitória 96.360 toneladas de poluentes por Vale, ArcelorMittal e Belgo Arcelor, prejudicando o meio ambiente e a população. Esse volume dispersa no ar 59 os tipos de gases, sendo 28 altamente nocivos à saúde, sem contar os poluentes particulados, inclusive com micropartículas, como as PM-2. E com as expansões esses números deverão crescer consideravelmente.


Fonte: Século Diário