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Preço alto do aço no país leva montadoras a importar da Ásia.
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Diante da alta dos custos de matéria-prima, principalmente do aço, o grupo Peugeot-Citröen (PSA) vai, pela primeira vez, importar o insumo para abastecer sua produção no Brasil. O presidente do grupo, Carlos Gomes, informa que a companhia já avalia essa possibilidade em função doa reajustes impostos pelas siderúrgicas nacionais de 6% a 10% neste ano. A Fiat Automóveis e a Volkswagen já tentam driblar o aumento do aço com importações, principalmente da Ásia. A Fiat vai trazer 15% do seu consumo deste ano e a Volks 30%.
“É até 25% mais barato trazer o aço da Ásia do que comprar no Brasil. Ainda não temos definido quanto importaremos, mas a compra em outros países está definida”, diz Gomes.
A questão é uma queda de braços entre dos gigantes da indústria brasileira. De um lado as montadoras afirmam que o aço brasileiro é o mais caro do mundo e, por isso, recorrem à importação. Do outro, as siderúrgicas contestam dizendo que as condições de produção no Brasil não permitem nivelar o preço do insumo nacional com o importado.
“A importação faz parte de uma economia de mercado. Também gostaria de trazer carros infinitamente mais baratos de outros países. Mas, para o carro, o tributo de importação é de 35% e, para o aço, é de 12%”, diz o presidente-executivo do Instituo Aço Brasil, Marco Polode Mello Lopes.
Segundo o executivo, não é possível nivelar os preços do aço brasileiro com o internacional em razão da alta carga tributária e do câmbio favorável à importação. “Temos assimetrias competitivas. Além disso, há no mundo 530 milhões de toneladas de aço em estoque, o que coloca os preços lá em baixo.”
Além do preço do aço, o presidente do grupo PSA adverte para a alta dos custos com mão de obra no Brasil. “Tudo está subindo muito e não é somente a matéria-prima, a despesa com mão de obra também é um fator negativo para a produção no Brasil”, Diz Gomes.
Segundo o executivo, hoje se paga mais por um engenheiro no Brasil que em Portugal, por exemplo. Isso em função dos encargos trabalhistas que chega a cerca de 100% do valor do salário. “Além disso, o país não forma engenheiros a contento. Há um déficit. Enquanto a China forma 400 mil engenheiros por ano, no Brasil são somente 40 mil profissionais.”
Empate com a Argentina
O grupo PSA mantém duas fábricas na América Latina, uma em Porto Real, no Rio de Janeiro, e a outra em Pacheco, na Argentina. A unidade portenha não era tão competitiva quanto a brasileira, pois os custos de produção eram superiores. Agora Brasil e Argentina se equiparam nos gastos com a produção.
“Aqui o custo da mão de obra sobe acima da inflação enquanto os preços dos carros tem reajuste, mas não acompanham a inflação. Já na Argentina, as incertezas na condução da política macroeconômica e a inflação tornam o custo de produção alto”, afirma Gomes.
O grupo PSA tem a estratégia de fabricar no Brasil carros compactos e na Argentina os automóveis médios que abastecem todo a América Latina. “Nossa aposta é deter 7,5% do marcado latinoamericano em 2014, sendo que no Brasil teremos uma participação acima desse percentual. Com essa divisão na produção, conseguiremos atingir essa meta”, afirma Gomes que projeta um mercado de 4,5 milhões de veículos no Brasil em 2014.
Citröen entra na era da carroceria em cubo
Para obter mais de 7% do mercado brasileiro em 2015, o grupo PSA deve investir em novos produtos e na reformulação da linha que hoje é vendida no Brasil. A meta do grupo é lançar 15 modelos de 2010 a 2015. O presidente da Citröen do Brasil, Ivan Ségal, disse que a marca deverá ser responsável pela metade dos novos modelos que entrarão no mercado brasileiro nesses 5 anos.
“No ano passado, só lançamos um novo carro, o C3 Aicross e a Peugeot quatro modelos. Agora a velocidade de nossos lançamentos será maior que a da Peugeot. Isso, para mantermos nossa posição no mercado brasileiro”, afirmou Ségal.
A Citröen com a estratégia de ser a marca Premium do grupo PSA tem em seu portfólio modelos acima de R$ 35 mil. O seu carro de entrada, por exemplo, o compacto C3 não custa menos de R$ 38 mil. “Agora, lançamos o C3 Picasso, um monovolume, produzido na plataforma do compacto, mas com entre-eixo maior e com um novo conceito de design, que é o cubo, com mais espaço interno”, explicou. O Carro chega em três versões e custa entre R$ 47,99 mil a R$ 60,4 mil e tem opção de câmbio manual e automático.
“O modelo comprova suas aptidões urbanas que é o resultado de seu formato de carroceria em cubo, tendência mundial em seu segmento e que permite a otimização dos volumes”, disse Ségal que espera vendas de 1 mil unidades por mês do monovolume no primeiro ano de comercialização. (Brasil Econômico/Ana Paula Machado)
Fonte: Brasil Econômico.
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