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Fundição registra queda de produção no primeiro quadrimestre.

Publicada em 2011-06-01



A produção de fundidos registrou recuo no País, no primeiro quadrimestre do ano. De acordo com a Associação Brasileira de Fundição (Abifa), houve uma queda na atividade de mais de 2%, passando de 12,9% em março para 10,3% em abril. Segundo o presidente da Abifa, Devanir Brichesi, seria precipitado ler o resultado como desaceleração da produção. “Talvez no levantamento do próximo mês tenhamos um resultado que sinalize outra tendência”, afirmou Brichesi.

O setor registrou em março produção de 297.503 mil de toneladas de fundidos em abril. O que representa uma queda de 7% na produção mensal. Até o final de 2011, a produção estimada é de 3,5 milhões de toneladas.

Resultado.

Segundo dados divulgados pela entidade, as principais quedas ocorreram na produção de Ferro Total (8,5); Zinco (5,2); Aço Total (1,0) e Alumínio (0,5). Este último, apesar do histórico de declínio na produção dos últimos cinco anos, apresentou crescimento de 11,8% na produção.

“A previsão para o alumínio está totalmente dentro do esperado, que é o crescimento de 10% ao mês”, afirmou Brichesi ao lembrar que, apesar do aquecimento do mercado automobilístico – principal cliente do setor de alumínio -, a produção nacional não acompanhou o crescimento. “O setor de alumínio, nos últimos cinco anos, cresceu bem menos que os demais setores e deveria ser o oposto”, afirma. “Nesse período, o setor automotivo cresceu 48%, enquanto que a produção de alumínio teve alta de 15%. Da produção total, 72% vão para o setor automotivo, mas boa parte da embarcação do veículo, que possui o alumínio, tem sido importada nesse período”, explica Brichesi, frisando que a maior parte das importações é proveniente das regiões asiática e européia.

De acordo com a Abifa, os principais motivos para a perda de competitividade do setor de fundidos, de modo geral, são o custo com mão de obra, câmbio e diferença de taxas de impostos ao produto.

“Hoje o custo do trabalhador brasileiro é o mesmo que o de uma empresa européia”, afirma Wilson de Francisco Jr., presidente da Comissão de Comercialização de ferro da Abifa. “Não que o funcionário brasileiro ganhe tanto quanto o europeu, mas as taxas de impostos sobrecarregam o custo da mão de obra”, explica Wilson de Francisco Jr. Ele acrescentou ainda que “o segundo ponto é a questão dos impostos. Enquanto o Brasil se agrega, na cadeia produtiva, cerca de 70% a 80% em efeito cascata, lá fora se fala em 10% a 20%”. Ele frisou ainda que, em terceiro lugar, aparece a questão do câmbio. “Hoje o real está supervalorizado”, disse.

Fonte: DCI