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Nova fábrica da GM exigirá mais de R$ 350 milhões.

Publicada em 2011-06-07



A fábrica de transmissões que a General Motors decidiu construir no Brasil necessitará de um investimento superior aos R$ 350 milhões destinados à unidade de motores, que começou a ser construída em Joinville. Segundo o vice-presidente de relações governamentais da GM, Marcos Munhoz, até o fim do ano será definido o local da nova fábrica.

O executivo confirma que Joinville está na lista de municípios analisados para receber o investimento, conforme antecipou o Valor na edição do dia 2 de junho. Fontes do governo catarinense já deram como certo que as transmissões da GM serão produzidas em Joinville. Mas, segundo Munhoz, outras cidades, principalmente da região Sul, ainda estão no páreo.

A GM precisa ampliar a capacidade de produção de transmissões no Brasil, já que a linha de São José dos Campos (SP), onde esses componentes são fabricados, não consegue abastecer a demanda das fábricas de veículos da montadora no Mercosul - três no Brasil e uma na Argentina. A diferença é suprida por meio de importação de peças fabricadas pela própria GM na Europa.

Segundo Munhoz, cerca de 80 mil do total de 750 mil transmissões que a companhia necessita para fabricar os carros no Brasil anualmente são importadas. A nova fábrica deverá ser concluída depois da inauguração da unidade de motores, prevista para 2012. A montadora americana precisa acelerar os planos de aumento de capacidade de produção no Mercosul, que hoje está em torno de um milhão de veículos por ano.

A direção da empresa está na fase de análise das projeções de crescimento de demanda para definir o próximo programa de investimentos no país. Segundo Munhoz, o novo plano deverá ser concluído nos próximos meses e abrangerá o período de 2013 a 2017. O último programa quinquenal, que inclui os recursos necessários para a construção da fábrica de transmissões, somou R$ 5 bilhões.

A definição do tamanho do próximo programa de investimentos da GM no Brasil será uma das primeiras missões que a nova presidente da subsidiária, a americana Grace Lieblein, tem pela frente. A executiva assumiu o cargo no dia 1º, substituindo a também americana Denise Johnson, que deixou a filial subitamente depois de apenas oito meses na função.

Segundo Munhoz, apesar de a continuidade da expansão do mercado brasileiro indicar à indústria a necessidade de investimentos em ampliação de capacidade, os efeitos das medidas do governo para restringir o crédito já aparecem na queda no ritmo de aumento das vendas.

A General Motors começou o ano prevendo que as vendas de veículos no Brasil cresceriam 5% a 7% este ano. "Mas o mercado mudou e agora estamos trabalhando com índices entre 4% e 5%", afirma Munhoz. O executivo se queixa do aumento da concorrência de marcas estrangeiras. "Está ficando mais barato pagar o Imposto de Importação de 35% e vender carros importados", diz. "Em 2012 estaremos numa situação dramática".

Lideradas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as empresas do setor se preparam para reivindicar ao governo medidas para elevar a sua competitividade e recuperar a vocação para exportar. As propostas se basearão em estudo que, segundo Munhoz, deverá ficar pronto entre 30 e 60 dias.

 


Fonte: Valor