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Futuro mapa do setor automotivo.
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Apesar da temida falta de competitividade que assombra o atual cenário, foram raros os períodos repletos de oportunidades e perspectivas de êxito como o de hoje para o setor automotivo brasileiro. Poucos foram os momentos em sua história com tantos anúncios de fábricas e interesses externos. Os novos movimentos redesenham o mapa produtivo do País, com o Nordeste e Centro-Oeste ganhando participação.
Os números são todos gigantescos. Até o momento o País recebeu garantias de pelo menos R$ 32 bilhões, quantia que será utilizada no aumento da capacidade de produção de veículos até 2015, acrescentando algo próximo de 1,3 milhão de unidades ao volume que sai hoje das fábricas. Com o crescimento o setor deverá gerar aproximadamente 154 mil novos postos de trabalho em diversas cidades, número que aumentará consideravelmente em função das vagas a serem criadas pelas autopeças.
No novo cenário automotivo o Estado de São Paulo é contemplado com quase a metade do total de investimento previsto, algo em torno de R$ 15 milhões, envolvendo não apenas novas fábricas mas também readequações nas linhas para produzir mais. O Estado poderá ganhar um fôlego extra de 450 mil unidades por ano diante dos projetos da Toyota, Hyundai, Volkswagen, Chery e Mercedes-Benz. Apesar desse crescimento São Paulo deverá perder participação no total de veículos fabricados no País ao longo dos próximos quatro anos, baixando sua fatia de 47,9% - dado da Anfavea relativo a 2010 - para algo próximo de 45%.
Um número ainda significativo, considerando que um novo Estado entra no mapa automotivo a partir da decisão da Fiat de ter fábrica em Pernambuco, iniciativa que somada aos planos de ampliação da fábrica da Ford em Camaçari, BA, fará com que o Nordeste amplie sua fatia no total de veículos produzido no Brasil dos atuais 5,7% para pouco mais de 10%. Goiás, com a ampliação de capacidade da planta da Mitsubishi e a chegada da Suzuki, dobra participação de 1,7% para 3,4%.
Interior paulista
Além de projetos de aumento de produção das fábrica existentes, São Paulo será contemplado com novas unidades industriais em cidades do interior.
A Toyota vai investir em Sorocaba e planeja expandir sua participação de mercado, hoje em torno de 3%, para 6% a 8% com o lançamento de um carro compacto em versões hatch e sedã no ano que vem. A nova fábrica trará muitas oportunidades para a região. Somente a companhia deverá criar 1,5 mil empregos, mas a ida de onze fornecedores para o perímetro fará esse número ser consideravelmente maior.
A Toyota escolheu Sorocaba por conta de sua infraestrutura, e também por ser próxima a Indaiatuba, onde se encontra a unidade que produz o Corolla. Em fase de edificação, o empreendimento consumirá US$ 600 milhões e deverá produzir 70 mil veículos por ano, a licença ambiental obtida pela empresa cita o limite de 400 mil anuais, o que mostra que a unidade começará aquém de sua capacidade produtiva máxima.
Coincidentemente, a sul-coreana Hyundai também investe US$ 600 milhões, porém na cidade de Piracicaba, para construção de sua fábrica, local onde produzirá um modelo compacto. Depois de pronta, prevista para dezembro de 2011, deverá gerar 2 mil empregos diretos e cerca de 3 mil indiretos devido a instalação de fornecedores. A empresa atraiu parceiros coreanos para a região – sete já confirmaram presença –, além de uma fabricante de escapamentos, a Faurecia.
De início, a Hyundai produzirá 150 mil unidades de seu novo modelo já em 2012, podendo chegar a 300 mil unidades por ano, a depender do crescimento da demanda. “Em 2014 pretendemos lançar um sedã e, em 2016, um SUV, ambos inéditos e desenvolvidos para o mercado brasileiro. Todos os veículos da nova planta poderão ser exportados para outros países da América Latina”, revela Waldemar Peres Jr., da relações governamentais da fabicante sul-coreana.
Mercado brasileiro de veículos leves: Desenvolvimento das vendas e produção em milhões de veículos
Também alojada no Estado, a Caterpillar investirá parte dos R$ 350 milhões reservados para sua expansão no Brasil na unidade de Piracicaba.
Com a transferência de parte da produção para a nova fábrica em Campo Largo, PR, haverá mais espaço nas instalações do interior paulista, onde a empresa segue produzindo sua linha de máquinas, além de passar a montar grupos geradores e sistemas de propulsão diesel-elétricos da Série 3500C, destinados aos setores marítimo e de petróleo.
Chinesa
Novata no País, a Chery logo passará de importadora a fabricante. “Estamos em fase de obtenção da licença ambiental e da escolha da construtora. Nossa produção começará em 2013”, conta Luís Curi, presidente da empresa no Brasil. No caso da companhia chinesa, a beneficiada será a cidade de Jacareí, que receberá investimento de US$ 400 milhões e ganhará 1,5 mil postos de trabalho, com possibilidade de dobrar até 2015. Além disso, a montadora já atraiu dois fabricantes chineses de autopeças, o que se traduz em mais vagas a serem preenchidas.
A escolha da cidade foi definida por meio de um estudo que levou em conta fatores como a proximidade com o porto de São Sebastião e com o aeroporto de Guarulhos. Além disso, o município se encontra perto dos dois maiores centros consumidores do País, São Paulo e Rio de Janeiro.
A produção inicial, de 50 mil veículos a partir de 2013, deve crescer para 80 mil em 2014 e atingir 170 mil a partir de 2015, ano em que pretende iniciar as exportações para as Américas do Sul e Central: “Nossa meta é ter 3% do mercado em 2015”.
Investindo em sua tradicional unidade, a General Motors está adotando o terceiro turno de produção em São Caetano do Sul para elevar a produção anual de 200 mil para 250 mil veículos. A medida criará 1,5 mil novos empregos e faz parte do plano de investimento de mais de R$ 5 bilhões no País para modernizar as atividades industriais da marca e renovar seu portfólio de produtos.
ABC e Taubaté
Outro montante de peso vem sendo desembolsado pela Volkswagen. A montadora dispõe de R$ 6,2 bilhões para serem utilizados até 2014 nas fábricas de São Bernardo do Campo e de Taubaté com o intuito de aumentar a capacidade de produção e ampliar seu portfólio de produtos. O pacote traz também outro benefício: a contratação de 1,3 mil funcionários, dos quais seiscentos para a unidade Anchieta. A fábrica terá a produção diária ampliada de 1,3 mil para 1,6 mil veículos, crescimento possibilitado pelas novas instalações de pintura.
Já a unidade do interior paulista receberá R$ 360 milhões para nova área de pintura, atualmente em construção. Com isso, a produção saltará de 1 mil 50 para 1,3 mil veículos por dia a partir de dezembro de 2012.
O setor contará com mais de setenta robôs, que cuidarão de 100% da pintura.
Com o investimento, a capacidade de produção da montadora chegará a 3,5 mil veículos por dia. Só no ano passado, a Volkswagen paulista produziu 853 mil 780 veículos.
Vizinha à fábrica da Volkswagen no ABC Paulista, a Mercedes-Benz ampliará a produção de sua linha tradicional de chassi e caminhões de 65 mil para 75 mil unidades por ano. A mudança, proporcionada pelo investimento de R$ 1,5 bilhão já em curso, se deve à transferência de parte da produção local para Juiz de Fora, MG. No ano passado, a produção da empresa na unidade paulista chegou a 73 mil 680 unidades.
Projeções
Segundo estudo da Roland Berger, a produção brasileira de comerciais leves, que foi de 3,4 milhões unidades no ano passado, atingirá 4,4 milhões em 2015 com possibilidade de chegar a 5,5 milhões em 2020.
As vendas internas terão salto ainda maior, passando de 3,3 milhões em 2010 para, respectivamente, 4,8 milhões e 6,8 milhões. O estudo leva em conta o desempenho positivo da economia brasileira, com aumento de emprego e de renda, e o potencial que o parque produtivo nacional terá nos próximos três anos, que poderá acrescentar de 1,3 milhão a 1,5 milhão de veículos à produção atual.
O mesmo estudo aponta expansão na produção de caminhões da ordem de 37% no período de dez anos. Com base nos números de 2010, quando saíram das fábricas brasileiras 182,7 mil veículos comerciais pesados, a expectiva é chegar a 2020 com total de 250,4 mil unidades produzidas.
Fonte: Autodata
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