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Carvão de desmatamento é até dez vezes mais barato.
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Para obter 1 tonelada de ferro-gusa, as siderúrgicas precisam, em média, de 1,6 tonelada de minério de ferro e 875 quilos de carvão; madeira de plantações de eucalipto seria uma saída, mas custo é alto
Embora a primeira fundição do Brasil tenha sido inaugurada pelo bandeirante Afonso Sardinha na região de Sorocaba em 1597, foi só depois que D.João VI chegou ao Brasil, em 1808, que a indústria siderúrgica se estabeleceu de fato. Demorou quase duzentos anos até que, em 1988, a Amazônia recebesse as primeiras guseiras do Brasil. Com a descoberta de jazidas de ferro em Carajás, no Pará, as siderúrgicas passaram a investir na transformação do minério de ferro em ferro-gusa, matéria-prima para a produção de aços especiais.
Esse novo ramo mostrou-se rapidamente uma bomba relógio ambiental. Ocorre que para produzir uma tonelada de ferro-gusa, a guseira precisa de 1,6 tonelada de minério de ferro e 875 quilos de carvão. Na produção, é possível usar tanto o carvão vegetal quanto o mineral, mas as siderúrgicas normalmente preferem a primeira opção. Afinal, pelo menos por enquanto, existe madeira em abundância na Amazônia.
Mas e quando ela acabar? Segundo pesquisa assinada pelo físico José Goldemberg, do Instituto de Energia e Eletrotécnica da USP, o custo de carvão de desmatamento é até dez vezes mais barato que o produzido por meio de madeira de plantações de eucalipto. O preço do carvão de origem vegetal nativa varia entre 10% e 12% do carvão produzido com madeira de árvores plantadas para esse fim.
Em um mercado altamente competitivo, o desmatamento é um elemento capaz de desequilibrar a competição internacional.
Ao trocar o coque, carvão mineral, pelo vegetal, na redução do minério de ferro, consegue- se uma liga de muito mais qualidade, sem enxofre, e que pode ser usada nos aços especiais.
Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na região sudeste do Pará, indicam que a derrubada de florestas densas e a extração de madeira estão diretamente ligadas ao aproveitamento de madeira para a fabricação de carvão vegetal.
Para melhorar a imagem junto à opinião pública e organismos internacionais de Meio Ambiente, as companhias siderúrgicas sediadas na região da Amazônia assinaram termos de ajustamento de conduta. Segundo a ONG Observatório Social, a promessa é que, a partir de 2012, o setor só use madeira certificada em seus processos produtivos.
Fonte: FGV
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