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Anfavea mantém previsão de recorde de vendas de veículos neste ano no Brasil.

Publicada em 2013-09-04



Mesmo com a desaceleração do mercado e números preliminares indicando que o setor automotivo inverteu no mês passado a trajetória positiva apresentada desde o início do ano, a Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, mantém a expectativa de novo recorde nas vendas de veículos neste ano.

Luiz Moan, presidente da entidade, disse hoje ter 'convicção' de que o mercado vai superar, em 2013, os 3,8 milhões de veículos emplacados no ano passado. Ele evitou, contudo, fazer comentários sobre o desempenho da indústria automobilística em agosto, cujos resultados serão divulgados pela Anfavea na quinta-feira.

Espera-se também para a ocasião uma revisão, provavelmente para baixo, da expectativa de crescimento - na faixa de 3,5% a 4,5% - traçada pela Anfavea para as vendas deste ano. As declarações de Moan, contudo, sugerem que os números, embora menores, seguirão projetando uma evolução das vendas.

Após participar de simpósio sobre inovação tecnológica organizado na capital paulista pela SAE Brasil, Moan voltou a projetar um cenário positivo para vendas e produção de veículos, como resultado do crescimento da demanda doméstica, da melhora das exportações e da substituição de produtos importados por nacionais. Segundo ele, a participação dos importados no mercado de veículos brasileiro - que, até julho, mostrava uma média superior a 20% - caiu para menos de 19%.

O presidente da Anfavea afirmou também que a valorização do dólar trouxe uma perspectiva mais positiva para as exportações, cujo desempenho mostra reação neste ano. Contudo, o executivo cobrou incentivos para melhorar a competitividade dos veículos brasileiros no exterior. As propostas estão sendo elaboradas dentro de um programa a ser apresentado ao governo com o nome de Exportar-Auto.

Segundo Moan, os incentivos propostos devem incluir a desoneração de impostos não recuperáveis na cadeia produtiva, que chegam a representar 8,8% do custo de produção das montadoras. Conforme o presidente da Anfavea, alguns cálculos indicam que esses tributos - como impostos cobrados no consumo de energia elétrica em escritórios administrativos ou em refeição de funcionários - chegam a alcançar 11,2% do custo dessa indústria.

O dirigente da Anfavea lembrou que, nos últimos anos, diversos países desvalorizaram suas moedas, enquanto o Brasil se manteve com uma política de câmbio flutuante, o que prejudicou a competitividade brasileira. Por isso, disse, o gove rno teve que adotar medidas protecionistas - caso do aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados - numa primeira fase do regime automotivo.

Moan repetiu que será necessário dobrar as exportações das montadoras - chegando a 1 milhão de veículos - para evitar ociosidade na indústria, levando-se em conta que os investimentos em curso, da ordem de US$ 30 bilhões, vão elevar de 4,5 milhões para 5,7 milhões de unidades a capacidade da indústria. Já o consumo doméstico, conforme as estimativas da Anfavea, ficará abaixo disso, com algo em torno de 4,6 milhões a 4,7 milhões de veículos por ano até 2017.


Fonte: Valor