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Quatro novas montadoras chegam à região Sul do Brasil.

Publicada em 2013-11-04



O primeiro caminhão da marca holandesa DAF saiu da linha de produção em Ponta Grossa (PR) no mês passado. A fábrica, ainda em fase de conclusão de obras, está produzindo para testes um a dois caminhões ao dia. A empresado grupo americano Paccar é a primeira de uma leva de quatro montadoras que estão chegando à Região Sul.

Nos próximos três anos, serão inauguradas as unidades de carros de luxo das alemãs BMW em Araquari (SC) e da Audi em São José dos Pinhais (PR), e de caminhões da marca chinesa Foton em Guaíaba (RS).

Além das novatas, as marcas já instaladas na região, Volvo, Renault, Volkswagen e General Motors estão ampliando a capacidade produtiva.

Somando todos os investimentos, a região vai receber cerca de R$ 6,3 bilhões só das fábricas de veículos. Atrás delas, contudo, vêm os fornecedores de peças e de serviços.

Nas duas últimas décadas, a participação da Região Sul na produção nacional de veículos saltou de 0,7% para 21,5%. Embora a agricultura seja a principal atividade econômica, um importante polo automobilístico formou-se na região após a chegada da Renault/Nissan e GM no Rio Grande do Sul, a partir de 1998.

Por 18 anos, a única representante do setor na região era a Volvo, que se instalou em Curitiba (PR) em 1980. Hoje, os consumidores dos três Estados ficam com 20,5% de todos os automóveis e comerciais leves vendidos no País.

“A indústria automobilística tem sido a locomotiva do setor industrial do Paraná, junto com setor de alimentos e bebidas”, diz o secretário de Estado, Ricardo Barros. O setor participa com 16,2% da receita líquida de vendas de toda a indústria paranaense, atrás de alimentos e bebida, que responde por 25,7%.

A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias emprega 43 mil trabalhadores no Paraná, número que vai crescer com a chegada das novas montadoras. Só as alemãs Audi, BMW w Volkswagen devem gerar cerca de 2 mil novos empregos até o fim de 2015.

Segundo Barros, o Paraná passa por seu "melhor ciclo de industrialização". O atrativo do Estado, diz ele, é a oferta de mão de obra qualificada, um programa de incentivos que prevê o diferimento (postergação) do pagamento do ICMS por até oito anos e agilidade nas licenças ambientais. "Isso dá segurança ao investidor”.

Pioneira. Primeira montadora a ir para o Rio Grande do Sul, a General Motors mantém em Gravataí a maior de suas três fábricas de automóveis no Brasil. Quando foi inaugurada, em junho de 2000, tinha capacidade para menos de 100 mil unidades ao ano. Atualmente, com o início de um terceiro turno de trabalho em março, a capacidade é de 350 mil veículos anuais, volume que pode chegar a 380 mil com jornadas extras.

“Somos a quarta fábrica da GM no mundo em nível de produtividade com produção de 63 carros por hora”, informa Camilo Ballesty, diretor do Complexo Automotivo de Gravataí. Duas fábricas da China e uma do Canadá estão a frente, com 66 ou 67 automóveis por hora.

Com um sistema modular de produção, o complexo abriga 19 fabricantes de autopeças ao redor da fábrica que produz os modelos Celta, Onix e Prisma. "Somos referência para o grupo e sempre que se decide abrir uma nova fábrica nos Estados Unidos ou na Ásia recebemos visitantes que vêm conhecer nosso processo produtivo", diz Ballesty. Ao todo, o complexo emprega 8,8 mil funcionários diretos, "95% deles gaúchos, dos quais a maioria de Gravataí".

Quando a GM chegou, o município era o 1° em arrecadação de impostos no Estado. Hoje, está em quarto lugar, afirma a gerente de relações governamentais e públicas da GM, Da-niela Kraemer.

Alta qualificação da mão de obra e a facilidade de escoar produtos para o Mercosul são fatores que pesaram na escolha de Gravataí para a terceira fábrica brasileira de carro da GM, que já tinha duas unidades no Estado de São Paulo. A filial gaúcha exporta entre 15% e 20% de sua produção. Recentemente o grupo inaugurou uma unidade de motores em Joinville (SC).

Em 1990, o Rio Grande do Sul respondia por apenas 0,2% da produção nacional de veículos, participação que hoje é de 6,1%. O Paraná, que tinha 0,5% de fatia no bolo, tem agora 15,4%. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)


Fonte: O Estado de São Paulo