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No Brasil Retíficas mudam foco para sobreviver.
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O setor de retífica de motores já não é mais o mesmo. O mercado encolheu e as empresas que sobreviveram precisaram se adaptar à nova tecnologia dos veículos - que esticou a vida útil dos motores - e à invasão de carros novos que afetou também o trabalho das oficinas mecânicas.
Belo Horizonte tem hoje, de acordo com dados do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Minas Gerais (Sindirepa), 55 retíficas, mas na década de 1980 havia mais do que o dobro. Aquelas que ficaram acabaram descobrindo nichos específicos de atuação, para atender a um mercado restrito, formado por caminhões, máquinas e equipamentos pesados, de maior valor, sendo que muitas prestam serviço a mineradoras e construtoras.
Esse é, por exemplo, o principal público da retífica São José, situada no Anel Rodoviário, bairro Jardinópolis (região Oeste de BH), onde são reparados cerca de 50 motores por mês, a um custo unitário que gira entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. 'Não trabalho com veículos velhos, mas com caminhões e máquinas de mineração, que rodam de dez a 12 anos', explica o proprietário, José Rubens de Paula.
Há 15 anos, conta, seu mercado principal era o de veículos, mas os novos tempos exigiram que ele se adaptasse para sobreviver. Sua clientela é formada basicamente por empresas de grande porte, incluindo mineradoras que retificam motores de veículos e equipamentos que custam sempre mais de R$ 100 mil.
Diesel - Esse é também o principal nicho da Retífica Tonucci, garante o proprietário José Jacob Tonucci. 'O mercado é melhor para máquinas a diesel, mas ainda há espaço para motores a gasolina', garante Jacob, que é também vice-presidente do Sindirepa e presidente da Câmara de Reparação de Motores do sindicato. Entretanto, apenas oficinas de menor porte trabalham com carros comuns.
'De 2010 para cá, o mercado de retífica caiu pelo menos 30%', diz. A Tonucci atende mineradoras e construtoras. Como ela, mais da metade das empresas da Capital e cidades vizinhas acabou se especializando em caminhões. Outra mudança observada no segmento foi a saída das empresas da zona Sul e a concentração em bairros de periferia ou cidades vizinhas a Belo Horizonte, como Contagem, Barreiro ou Venda Nova.
No momento, o setor enfrenta outra dificuldade, em função da crise atravessada pelas mineradoras que reduziram investimentos e acabaram deixando muitas máquinas ociosas.
O diretor Executivo do Sindirepa, Carlos Moraes, dono do Centro Automotivo Moraes, no Barro Preto (região Centro-Sul), acrescenta que a vida útil dos motores produzidos atualmente é muito maior. 'O problema não é só o crédito para compra de veículos zero, mas a tecnologia dos veículos que é bem melhor', explica. Além disto, muitas montadoras vendem motores novos quando é preciso substituir o antigo, o que fecha ainda mais o mercado para as retíficas.
Oficinas - Esta nova característica do setor e o aumento das vendas de carros zero afeta também as oficinas mecânicas. Primeiro porque carro novo dá menos problema, segundo porque eles tem garantia de um a dois anos, é só após este período são enviados para oficina do bairro para as revisões. 'O mercado de retífica caiu bem, o de mecânica um pouco menos', afirma o empresário.
Outro gargalo do setor, ressalta Moraes, é a falta de mão de obra especializada e o desinteresse dos jovens pela profissão. 'Eles gostam de carro, mas não querem sujar as mãos de graxa', observa.
Fonte: Diário do Comércio
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