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Nióbio: mineral estratégico
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Foi num 26 de Novembro, há 212 anos, que o químico inglês Charles Hatchett identificou um novo mineral, a que deu o nome de colômbio, em homenagem aos Estados Unidos, de onde recebera as amostras sobre as quais fez a pesquisa.
Tempos depois, o cientista sueco Anders Gustaf Ekeberg, pesquisando sobre material rochoso finlandês, isolou outro novo elemento, a que deu o nome de Tântalo, o filho de Zeus, que na mitologia grega, desobedeceu aos deuses e foi condenado a viver sem comer nem beber, mergulhado de joelho com água até o pescoço, sob uma árvore carregada de frutos.
Como o novo material não era afetado pela ação de reagentes químicos, Ekeberg deu-lhe o nome de tântalo, porque tanto a água quanto os frutos o evitavam Tântalo, enquanto o filho de Zeus tinha que viver eternamente naquela situação.
A descoberta do tântalo gerou muita polêmica. Estudando-o, muitos cientistas achavam que era o mesmo colômbio revelado por Hatchett, até que o mineralogista e químico alemão, Heinrich Rose, distinguiu-o do elemento achado por Ekeberg, dando-lhe um novo nome: nióbio, em referência a Niobe, filha de Tântalo.
O nióbio é raríssimo na crosta terrestre. E, para justificar o ditado de que Deus é brasileiro, 98% das jazidas desse mineral estratégico são encontrados no Brasil, fazendo-nos responsáveis por mais de 95% de toda a produção mundial. Os países que mais o consomem são Estados Unidos, Japão, Japão, Alemanha, Inglaterra, França e outros integrantes da União Européia.
A cada dia que passa, aumentam as aplicações desse mineral, começando pelas mais avançadas ligas metálicas, principalmente aquelas que exigem do aço a mais alta resistência, consumidas pelas indústrias automobilísticas, e de construção de pontes, navios e plataformas petrolíferas.
As indústrias aérea e espacial o utilizam massivamente, em superligas resistentes a altas temperaturas, indispensáveis nos motores de aviões supersônicos, de utilização civil ou militar.
Outras ligas, supercondutoras, são reclamadas pela indústria eletroeletrônica, sobretudo para a produção de aparelhos de ressonância magnética nuclear; filmes finos, eletrovoltáicos; lentes óticas; cerâmicas avançadas, filtros especiais para receptores de TV, etc.
Diferentemente de outros minerais, o Nióbio tem sofrido crescente agregação de valor, em pesquisas realizadas, em Araxá (onde se concentram as maiores reservas), pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
Mas, como o Brasil tem praticamente o monopólio na exploração e produção desse mineral, ele sofre o interesse dos países desenvolvidos, que tem necessidade crescente dos insumos que ele propicia.
Em 2010, um relatório secreto do Departamento de Estado norte-americano incluiu as minas brasileiras de nióbio na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são considerados estratégicos e imprescindíveis aos Estados Unidos.
Por outro lado, capitais asiáticos adquiriram, recentemente, 30% das ações da CBMM, certamente para assegurarem o fornecimento de mercadoria tão rara e estratégica.
Por isso, mais até do que em relação ao Petróleo, devemos alardear: o Nióbio é nosso. (Associação dos Jornais de Santa Catarina)
Fonte: Infomet
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